E o Que Era Bom...

...ficou melhor!


A chegada do arremessador Cliff Lee (foto acima) ao Philadelphia Phillies faz com que o atual campeão da MLB aumente sua chance de conquistar o bi campeonato. Hoje à noite, no segundo jogo da série contra o San Francisco Giants, Lee irá duelar contra Ryan Sadowski e terá a oportunidade de mostrar se pode acrescentar algo ao melhor time deste mês de Julho da MLB: 19v-6d.

Este confronto Giants x Phillies é o encontro do melhor ataque (PHI) contra o time com menor ERA (SAN) da Liga Nacional (LN). O Philadelphia está apenas na 9ª posição em corridas cedidas na LN e sempre esteve em busca do um arremessador titular para aprimorar sua rotação. O primeiro alvo era Roy Halladay (leia “Para Cumprir a Promessa”), mas a diretória do clube optou pelo plano B, que acabou sendo a opção ideal para franquia em vários aspectos.

Lee é tão bom quanto Halladay; Lee é um ano mais novo e é o atual vencedor do Cy Young da Liga Americana (LA). Lee será agente livre no final da próxima temporada (o mesmo aconteceria com Halladay), porém os valores contratuais são bem menores; Lee ganhará no ano que vem US$ 8 milhões e o salário de Halladay em 2010 é de US$ 15,75 milhões.

Alem disso, os Phillies cederam pouco ao Cleveland Indians e manteve os seus principais talentos da base (o arremessador Kyle Drabek e o outfielder Domonic Brown) e o titular J.A. Happ. Entre os quatros jogadores que foram para os Indians (todos da base), dois são prováveis estrelas: Carlos Carrasco (arremessador) e Jason Knapp (reliever).

Desta forma, o Philadelphia se prepara para o agora e o futuro. Cliff Lee é uma contribuição imediata e Drabek, Brown e Happ serão forças que ajudarão a franquia mais pra frente. Os Phillies também reforçaram os reservas nesta troca com os Indians, recebendo Ben Francisco que será o 4º outfielder.

Ruben Amaro Jr. (foto ao lado), diretor de beisebol da franquia, deu a Charlie Manuel, treinador, a “boa dor de cabeça”, termo que os técnicos amam usar. Manuel terá que arranjar um lugar para seis arremessadores titulares em cinco posições. Embora Happ esteja fazendo uma estupenda temporada (7v-2d e 2.97 ERA), é provável que o novato vá para o bullpen quando Pedro Martinez se recuperar e a rotação ficará da seguinte forma:


Cliff Lee (canhoto)
Cole Hamels (canhoto)
Joe Blanton (destro)
Jamie Moyer (canhoto)
Pedro Martinez (destro)

Lembrando que Happ é canhoto.

O alto número de jogadores que arremessam com o braço esquerdo não preocupa Amaro Jr. . Em entrevista à MLB Network ele disse que o importante é o time ter jogadores de qualidade e Manuel ter em mãos o melhor elenco possível – ele citou o caso Raul Ibanez como exemplo.

Tecnicamente, não é mesmo problema ter todos estes canhotos na rotação, visto que cada um é especializado em um tipo de arremesso diferente do outro e os adversários terão que se adaptar de forma específica a cada jogo, como acontece naturalmente.

Falando sobre adaptação... Lee não terá nenhum problema em arremessar na LN, a exemplo do seu antigo companheiro, C.C. Sabathia, que concretizou a idéia que o arremessador que sai da LA e vai para a LN tem uma melhora em seu rendimento. Sabathia, que saiu no ano passado dos Indians (coincidentemente depois de vencer o Cy Young em 2007) foi para o Milwaukee Brewers (LN) e contribuiu efetivamente para a equipe se classificar na repescagem.

Arremessar na LA é mais difícil porque os times têm o rebatedor designado (DH) e uma linha de ataque mais forte e profunda. Já na LN o arremessador rebate e a linha de ataque é mais fraca na parte final (entre o sétimo e nono rebatedor). Ontem, na apresentação ao clube, Lee falou sobre isto dizendo que terá que se acostumar com jogos mais curtos e em rebater; já começou treinando o bunt.


O sucesso dos Phillies não virá somente pelas atuações dos arremessadores. O ataque (como mencionado anteriormente) é o melhor da LN produzindo em média 5.39 corridas por jogo. Ataque este que tem “cara de LA”: por exemplo - Pedro Feliz (foto acima), sétimo rebatedor, tem um aproveitamento de .291 (mais que Ryan Howard) e 52 RBI.

A vantagem que o Philadelphia tem hoje na divisão Leste (6 jogos a frente do Florida Marlins) tende a se manter até o final do campeonato. A meta do clube é chegar nos Dodgers de Joe Torre e Manny Ramirez para buscar o título da LN e o mando de campo numa provável decisão da liga. Objetivo perfeitamente alcançável para uma equipe que está moldada, pronta para conquistar o bi campeonato.


© 1 e 3 Doug Pensinger/Getty Images
© 2 AP

PS: Leia “Dor de Cotovelo” texto sobre Cole Hamels (publicado em 23 de Março)

Obesidade Saudável


Não se trata daquele famoso camisa 9...

E sim dos jogadores da linha ofensiva (OL), atletas importantíssimos para qualquer sucesso de uma equipe na NFL, mas que ao mesmo tempo são tão desvalorizados. (diga o nome de todos os titulares da OL de seu time...).

Com o início da pré-temporada, a equipe médica do Baltimore Ravens fará um acompanhamento especial em seus “grandalhões” da OL; o objetivo principal é cuidar da saúde deles focando problemas cardiovasculares (do coração), assunto este que está sendo tratado com a atenção pela NFL.

Aliás, o último estudo completo sobre esta matéria foi realizado pelo médico dos Ravens, Dr. Andrew Tucker, em 2007. Ele pesquisou a saúde de 504 atletas em atividades e os comparou com a população americana em geral. O resultado foi surpreendente já que os jogadores da NFL:

- Apresentaram menores níveis de diabetes

- Um percentual mais baixo de fumantes

- Nenhuma diferença em taxas de colesterol

Características estas que diminuem o risco dos atletas terem um problema no coração. Tudo isso levando em consideração que os OL, de acordo com o estudo, tem um desvantagem de 31kg a mais que a população e uma porcentagem de gordura no corpo alta: 28,5% (os wide receivers, por exemplo, tem em média 8,5%).

O ponto negativo desta pesquisa feita há dois anos, foi a alta pressão arterial que os OL tem – 14% acima do normal contra 5,5%. Este é um fator que faz com que os estudos continuem, visando entender esta questão e alertar os atletas sobre este risco.

Todo este cuidado tem um motivo: o alto número de jogadores de linha ofensiva da NFL que morreram recentemente com problemas cardiovasculares. Korey Stringer 27 anos (foto ao lado), ex-Minnesota Vikings, sofreu um infarto do miocárdio na pré-temporada de 2001; Thomas Herrion 21 anos, ex-San Francisco 49ers, teve cardiomegalia (crescimento anormal do coração) depois de um jogo em 2004; Orlando Bobo 33 anos, ex-Baltimore Ravens, morreu em 2007 de insuficiência cardíaca.

Estes são exemplos para alertar os OL em atividade do cuidado que precisam ter com sua saúde, se alimentando com sabedoria e tratando melhor seu corpo – o seu “instrumento” de trabalho. Apesar dos pesares, a situação hoje está melhor do que no passado, não levando em conta a melhora dos tratamentos medicinais, e sim pela consciência dos atletas.

Em 1994, um estudo mostrou então que a porcentagem de um jogador da linha ofensiva e defensiva da NFL de sofrer doenças cardiovasculares era 52% maior em comparação com a população em geral. Mesmo a atenção direcionada em grande parte aos OL, os defensive ends e defensive tackles serão alvos dos estudos, tanto da NFL quanto dos Ravens especificamente.

A meta é proporcionar uma aposentadoria saudável a eles, diminuindo o risco destas doenças e a busca por auxilio de pensão da NFL para cuidar dos prováveis pacientes. A liga tem uma certa dificuldade em lidar com o chamado “benefício por invalidez”. Enquanto a NFL gasta anualmente por volta de US$ 1 bilhão em outras pensões e benefícios, apenas outros US$ 20 milhões são destinados a invalidez de atletas que se aposentaram, número considerado baixo pelo sindicato, por ser alto os números de contusões pós-football – dos cerca de 8 mil jogadores aposentados, menos de 300 recebem pensão por invalidez.

Aqui entra a história de que é melhor prevenir do que remediar.

Independentemente do esforço feito pela franquia e seus médicos em conscientizar os “grandalhões” a se cuidarem melhor, eles estão fazendo isto por conta própria. Esta “quebra” do pré-conceito formado por muitos de que eles não são saudáveis por estarem acima do peso, já é um passo importante - o fato de fumarem menos do que a população em geral é significativo. Agora, basta eles envelhecerem para se ter uma certeza real que estão tendo uma obesidade saudável.


Estamos falando de diferentes gerações”, diz Justin Bannan (foto acima), defensive tackle dos Ravens. “Só podemos tirar conclusões quando nós nos aposentarmos. Tenho certeza que minha geração, quando chegar lá, será mais saudável”.

Caso assim seja, será bom para todos, claro que mais para os próprios atletas, que terão uma vida depois do football longe de doenças cardiovasculares e sendo exemplo para os jogadores mais jovens, mostrando que é necessário se cuidar no “hoje” para ter um “amanhã” com saúde e longe dos problemas.


© 1 Kenneth K. Lam / Baltimore Sun
© 2 Al Messerschmidt / Getty Images
© 3 Getty Images


PS: Leia “Vitória – A Históra de Michael Oher”, offensive linemen do Baltimore Ravens (publicado em: 29 de Abril)

Para Cumprir a Promessa


Independente do que acontecer neste ano, em 2010 iremos brigar pelo título da divisão Leste da Liga Americana”. Esta declaração foi dita por J.P. Ricciardi (diretor de beisebol - GM) e o interino Paul Beeston (presidente de operações - CEO) em Fevereiro aos sócios torcedores do Toronto Blue Jays.

Por isso que a troca de Roy Halladay ainda não foi concretizada.

Neste domingo, segundo reportagem da ESPN, os Blue Jays recusaram uma contraproposta feita pelo Philladelphia Phillies, que mandaria dois arremessadores (J.A. Happ e Carlos Carrasco) um SS (Jason Donald) e o OF Michael Taylor por Halladay.

Inicialmente, Ricciardi pediu J.A. Happ, o arremessador Kyle Drabek e o OF Dominic Brown. A ausência de Drabek no pacote oferecido pelos Phillies foi o motivo da recusa do Toronto.

Drabek (foto ao lado) é uma das principais promessas do atual campeão da MLB, considerado intocável pelos diretores do clube. Nas ligas de base este ano, ele está com 10v – 2d e com 2.80 ERA. Já Happ está com bons números sendo um dos titulares da equipe, com 7v-1d e 2.97 ERA. Por mais que a chegada de Halladay coloque os Phillies como imediato favorito a repetir o título neste campeonato (e no próximo também), ninguém da organização quer ceder junto Drabek e Happ.

Dois questionamentos importantes surgem então: 1º Por que exigir tanto talento assim por apenas um jogador?

Fácil resposta. Ricciardi e Beeston precisam cumprir o que foi prometido. Para os Blue Jays serem competitivos na próxima temporada – sem Halladay – é preciso ter jovens jogadores que possam corresponder às expectativas dos torcedores. Assim, o preço que o clube irá cobrar pelo seu melhor jogador será o mais alto possível; caso nenhum clube aceite, Halladay fica mais um ano em Toronto.

Se isto acontecer, de fato será apenas mais um ano. Em 2010 Halladay será agente livre e dificilmente renovará com sua equipe, irá testar o mercado e esperará boas ofertas. Esta situação será diferente se os Blue Jays forem ao playoff e conseguir uma temporada de sucesso.

Se um dos melhores arremessadores da liga está disponível e pode trazer resultados imediatos (títulos) para os principais clubes da MLB, porque não ceder qualquer jogador que seja para ficar com o ace?

Los Angeles Dodgers, Los Angeles Angels e os Phillies (times interessados em Halladay) pensam que não vale o sacrifício de ceder grandes talentos, com potencial de ser ótimos jogadores, por um arremessador de 32 anos, por mais que este arremessador seja um dos melhores do jogo e que contribuiria imediatamente, trazendo vitórias em sólidas partidas.

Tanto Dodgers, Angels ou Phillies serão times que estarão na pós-temporada (com ou sem Halladay). As franquias não estão a fim de dar o futuro promissor em troca do presente de sucesso, que de certa forma, já está garantido.

Todos da MLB sabem o valor que Halladay tem, capaz de ser o titular de um campeão da World Series sem dúvida alguma. Porém a política das franquias é ser mais cautelosa em relação a seus jogadores mais novos, apostando neles para ser a base de seus respectivos clubes. O mesmo que os Blue Jays fizeram com Roy.

Halladay (foto à dir.) esta em Toronto desde 1998, sempre jogando em alto nível e protegido pela franquia; até 27/07 ele tem um total de 142v-69d, 3.45 ERA um Cy Young em 2003... Porém nunca arremessou jogos de playoffs...

Veja só, um arremessador do calibre de Halladay nunca esteve em uma pós-temporada. Será este ano a primeira vez (com outro clube)? Ou será ano que vem (com os Blue Jays)? Na verdade, ninguém sabe ao certo, muita coisa irá acontecer até sexta (31/07) dia que a “janela” de transferência fecha. Contudo, após seu mais recente jogo contra Tampa Bay (sexta 24) Halladay disse:

Eu não estou com este sentimento (de ser negociado). Neste momento, sinto que irei ficar por aqui.”

Talvez esperando que seus superiores montem um time forte em 2010. Talvez esperando que sua permanência em Toronto atraia jogadores de talento para o clube. Talvez seja ano que vem que Halladay arremesse na pós-temporada pelo Blue Jays. Talvez assim a diretoria do clube consiga cumprir o que foi prometido meses atrás...


© 1 Chris Young / AP
© 2 SI

Antônimo e Sinônimo


China ≠ Estados Unidos

Antônimos na cultura, no pensamento, no modo de viver... Enfim, em quase tudo. Porém, ironicamente, algo que foi planejado para fortalecer o país oriental iria ser útil na América.

Segundo um dos primeiros técnicos de basquete de Yao Ming, a espera pelo nascimento dele foi aguardada por três gerações, tanto que seu nome era pra ser Yao Panpan (“o tão aguardado Yao) e não Ming (que significa brilhante).*

A mãe de Yao Ming, Fang Fengdi tem 1,87m, bem alta para os padrões femininos; o pai de Ming, Yao Zhiyuan tem 2,08m. Ambos jogavam de pivô no time de Xangai e não se conheciam, porém os treinadores e diretores da equipe diziam que “eles foram feito um para o outro,que faziam o par perfeito”, sempre com um tom de segunda intenção no ar, tipo: “Imagina a criança que este casal pode ter? Será bem grande, não?”

Sim. Pra ser exato, uma “criancinha” que nasceu com 58 cm e 5 kg. Querendo ou não, a carreira do menino já estava certa, mesmo ele não tendo opção de escolha, já que foi o “basquete” que o escolheu.

Nós não escolhemos isto para ele” diz Fang, “Eu e meu marido fomos jogadores de basquete e todos os nossos amigos e treinadores conhecidos estavam de olho em Yao Ming desde pequeno”.

Forçado a ir aos treinos quando adolescente, Yao aprendeu a “não” gostar de basquete. Treinar cinco vezes por semana (às tardes) e no Sábado não é o mais divertido dos passatempos – ele odiava o basquete com vontade. Até que, num belo dia, sua mãe o levou para assistir um jogo do Harlem Globetrotters; Yao então aprendeu a gostar de basquete, vendo o jogo pela perspectiva do entretenimento e não da obrigação.

Com 17 anos estreou profissionalmente no Shangai Sharks e, com apenas dois anos de experiência, a NBA já estava de olho no chinês. No draft de 1999, era para o nome dele estar na lista de jogadores disponíveis, porém uma empresa (Evegreen Sports Inc.) tentou explorar os pais de Yao cobrando uma comissão de 33% para representar o jogador (o limite da NBA é 4%) e Yao ficou de fora.


A decisão da família foi pela permanência de Ming por mais tempo na China para entender melhor como funciona os trâmites de negociação entre jogador-empresário-NBA e para Yao pegar mais experiência, mais tempo de jogo.

2002 foi o ano escolhido para inscrevê-lo de fato no draft. Contudo, três problemas ocorreram: 1º diretores do Shangai diziam que o contrato com a Evergreen ainda estava valendo, 2º o governo anunciou que 50% dos ganhos de Yao deveria ir para o Estado e 3º a opção de Wang ZhiZhi (ex jogador dos Mavs, Clippers e Heat) de não jogar mais pelo país. Este último problema foi o mais grave de se solucionar, afinal o governo temia que Yao Ming pudesse fazer o mesmo e não defender a China em competições oficiais. O governo não queria soltar os papéis da liberação de Ming até ouvir a ameaça de Fang que disse: “Se isto não for resolvido, meu filho nunca mais jogará basquete”.

Depois de ouvir da boca de Yao uma declaração de compromisso, de lealdade com a nação, então o governo enviou via fax, horas antes do draft de 2002, a liberação do jogador para o Houston Rockets, que o selecionou na primeira escolha.

Ao longo das sete temporadas na NBA, Yao tem uma média de 19.1 PPJ e 9.3 RBJ, com sete aparições no Jogo das Estrelas. Durante este mesmo período, ele conviveu com inúmeras contusões: fez uma operação no dedão do pé esquerdo, fraturou o joelho direito, torceu o tornozelo esquerdo e tem uma fratura por estresse no pé esquerdo

Esta última é motivo de discórdia entre EUA e a China.

A fratura por estresse foi diagnosticada em Fevereiro de 2008. Ele não jogou os playoffs daquele ano, mas atuou nas Olimpíadas de Pequim pela China, graças a sua excelente recuperação dentro de quatro meses. Só que esta recuperação não foi perfeita e neste mês de Julho, após conversa com médicos, os Rockets optaram por fazer uma cirurgia no pé de Yao, que o tirará do próximo campeonato.

O site People´s Daily (chinês, comandado pelo Partido Comunista) publicou reportagem criticando a NBA por “desgastar Yao Ming devido a grande quantidade de jogos, viagens...”. A mídia americana devolveu perguntando “Porque ele jogou tantos jogos pela seleção nacional? Se é o Houston que paga o salário do jogador, deveria exigir menos jogos do atleta pela China”.

As trocas de “elogios”, daqui pra frente, entre os meios de comunicação dos dois países serão constantes sobre este assunto (nunca se deram bem, por que brigar agora?). Independente disto, não será apenas os torcedores chineses que sentiram a falta de Ming nas quadras da associação, todos os amantes do basquete vão torcer pela rápida volta do grandalhão camisa 11 que agrega fãs do mundo todo.


No mínimo será estranho, quando a temporada 2009-10 começar, não ver o simpático gigante defendendo o Houston Rockets, sabendo que há tempos existe um sinônimo bem conhecido no mundo do basquete:

Yao Ming = NBA.


* Informação extraída do livro "Operation Yao Ming" de Brook Larmer

Em Liquidação


Assim está o Pittsburgh Pirates nesta última semana que antecede o encerramento da janela de transferências desta temporada – 31 de Julho é a data limite.

Após negociar os outfielders (OF) titulares Nate McLouth para o Atlanta Braves e Nyjer Morgan para o New York Yankees, a franquia mandou nesta última quarta (22) o primeira base (1B) titular Adam LaRoche para o Boston Red Sox em troca de dois jogadores das ligas de base (minors).

Para justificar estas saídas, a conversa que se ouve da diretoria dos Pirates é que o time “...está em processo de reconstrução visando o futuro...”

Pode ser, mas o futuro não é agora em 2009.

Por esses motivos e outros mais, os titulares Jack Wilson, shortstop (veterano de nove temporadas com a equipe) e a estrela Freddy Sanchez, segunda base, estão na “vitrine” e devem ser negociados nos próximos dias. A história de Jack Wilson exemplifica bem o atual momento do clube.

Por estar quase uma década na equipe, Wilson viu grandes jogadores serem negociados, atletas que, se estivessem em Pittsburgh, formariam um time forte e competitivo. Nomes como Brian Giles, Aramis Ramirez, Jason Kendall, Xavier Nady, Jason Bay, entre ouros foram negociados neste período, sem mencionar os três titulares que saíram este ano. Wilson sempre ouviu que “o time está se reestruturando...” só que ele se cansou desta conversa.

Estou além, além de cansado” disse Wilson ao Pittsburgh Post-Gazette “Eles são homens de negócios e estão tentando construir um time vencedor, a questão é: quando isto vai acontecer? É difícil para caras que estão no clube verem as mesmas trocas todo ano acontecendo e absolutamente nada melhorar. Eu estou aqui há nove anos e ainda não tive uma temporada vitoriosa”.

Soma-se sete anos a estes nove e chega-se a 16 temporadas seguidas que o Pirates não consegue terminar um campeonato acima dos 50% de aproveitamento (maior sequência de derrotas entre as principais ligas americanas). Muitos fãs da MLB podem não acreditar, mas já houve um período na história da franquia que vitórias e Pirates estavam na mesma frase.

Faz tempo, porém aconteceu.


Na década de 70, os Pirates eram parte da elite da liga. Venceram cinco títulos de divisão, dois títulos da Liga Nacional e duas World Series (1971 e a última em 1979). A equipe tinha ícones e jogadores fantásticos no elenco como Dave Parker (OF – MVP LN ’78), Willie Stargel (OF/1B – MVP LN ’79, jogou todas as suas 21 temporadas com os Pirates) e Roberto Clemente, foto acima (OF – World Series MVP ’71, jogou todas as suas 18 temporadas com os Pirates).

No total, desde 1881- ano da fundação, o clube tem nove títulos de divisão, nove títulos da LN e cinco World Series (fora as duas dos anos 70, 1909, 1925 e 1960). Entre tantas curiosidades da história da franquia, duas se destacam: participou da primeira World Series da era moderna em 1903 quando perdeu para o Boston Americans; foi a primeira franquia da MLB a colocar em campo um time titular formado por negros, em 1971.

Todos estes fatos não comovem os jogadores a permanecerem ou irem para o clube e muito menos os torcedores – o time tem a terceira pior média de público de toda a MLB: 19 mil, menos de 50% da capacidade do estádio PNC Park. Os torcedores leais comparecem aos jogos, contudo o time não atrai novos fãs porque a equipe não é vitoriosa e, além disso, a cidade tem o atual campeão da NFL (Steelers) e o atual campeão da NHL (Penguins). Não é segredo pra ninguém que time vencedor atrai torcedores.

Isto tem que ser levado em consideração pela diretoria dos Pirates. Em um gesto de redenção, ela ofereceu na semana passada contratos de renovação à Wilson e Sanchez, que recusaram prontamente; ambos teriam cortes substanciais nos salários.

Nenhuma surpresa. Como renovar, se os melhores jogadores foram embora e sofrer uma diminuição no vencimento? Wilson e Sanchez, que são bons amigos fora de campo, devem partir juntos para rumos diferentes. Por mais que o clube tente os manter na equipe, é inevitável a saída deles.

E mais uma vez os Pirates chega em Julho como o time que mais negociou jogadores na MLB. Resta saber até quando esta “honra” ficará com a equipe. Por que será que a franquia está para terminar mais uma temporada tendo mais derrotas que vitórias?

Parece óbvia a resposta...

Pega Leve?!

Nesta próxima sexta-feira (24) o Buffalo Bills abre a pré-temporada da 2009 da NFL (training camp). Esta é a etapa que os times colocam seus atletas no trabalho físico, mostram a eles os novos companheiros, os novos treinadores, as novas jogadas...

Porém muitos jogadores chegam fisicamente pronto nos centro de treinamentos, pois usam as férias para se manter em forma individualmente, utilizando seus próprios métodos para buscar manter (ou melhorar) o condicionamento físico.

Hoje o “Grandes Ligas” apresentará os exercícios mais curiosos e interessantes de seis atletas. Para quem pratica futebol americano, pode se espelhar neles e fazer o mesmo (alguém se habilita?); serve também para conhecer como é diferente os exercícios dependendo da posição do jogador. (nota: apesar dos vídeos não terem legenda, vale a pena assistir apenas para ver os movimentos)


TROY POLAMALU
Pittsburgh Steelers – Safety
28 anos – 1,78m – 94kg

Não se assuste ao ver o vídeo e perceber que mesmo nas academias mais sofisticadas não há estes tipos de equipamento que Polamalu usa. Apesar de serem bem diferentes do que se vê normalmente, todos ajudam ele a conseguir o objetivo: ficar mais forte e mais ágil. Especificamente, o que Troy busca é aumentar sua força nas pernas para melhorar sua aceleração (correr em um curto espaço) e sua impulsão (para pegar a bola o mais alto possível)





WALTER JONES
Seattle Seahawks – Ofensive Tackle (lado esquerdo)
35 anos – 1,96m – 147kg


Estar oito vezes seguidas no Jogo das Estrelas (Pro-Bowl – desde 2001), não é fácil. Jogar numa das posições mais difíceis, não é fácil. Proteger o quarterback (QB), o principal jogador de qualquer equipe, não é fácil – talvez por isso que os jogadores da linha ofensiva que jogam na esquerda (“lado cego” do QB) tenham os salários mais altos da liga...

Para se manter durante toda a partida agachado e segurar os ferozes jogadores defensivos, nada melhor que empurrar um carro de três toneladas por aí, não é verdade? É exatamente isto que Jones faz: pega seu Escalde, vai para o estacionamento e empurra o carro por 22 metros e descansa por um minuto e meio; exercício repetido dez vezes.



TERRELL OWENS
Buffalo Bills – Wide Receiver
35 anos – 1,91m – 102kg

Até as “divas” se exercitam!

Com o seu próprio reality show (que estreou segunda, 20, no VH1) os torcedores – segundo o próprio Owens – o conheceram melhor. Em português quer dizer: “...eu sou normal como qualquer outra pessoa...”.

Independente dos “cômicos / trágicos/ pitorescos” episódios reais que Owens mostrou ao longo da sua carreira fora de campo, deve se levar em consideração que ele tem talento e trabalha duro para conseguir manter a forma. Os estranhos exercícios parecem funcionar; algo que ele usa em suas férias e antes dos jogos.





ANTONIO CROMARTIE
San Diego Charges – Cornerback
25 anos – 1,88m – 92kg


Antes de ir ao treinamento da MMA (cada vez mais comum entre os atletas), Cromartie faz seu aquecimento debaixo do belo sol de San Diego. Contudo, nada de descanso, só alguns exercícios simples com... pneus!. Ele pega um de 20 quilos e joga-o como se estivesse competindo nas olimpíadas na modalidade arremesso de disco, depois pega um pneu (de trator, 52 kg) e distribui marretadas assim como fazem os motoristas de ônibus e, para terminar, faz uma “corridinha” com o mesmo pneu de trator por 65 metros, repetindo várias vezes; tudo isso misturado com calor e areia... básico!



TOM BRADY
New England Patriots – Quarterback
31 anos – 1,93m – 102kg

Se para posições que exigem força e resistência os jogadores fazem exercícios para aprimorá-las, para uma posição de habilidade há também um treinamento específico. Os QB´s passam grande parte do seu tempo estudando jogadas ofensivas e defensivas, para quando estiver em campo, lê-las da melhor forma possível. Mas eles vão também pro campo fazer treinamentos que ajudam a aprimorar o seu jogo. Neste vídeo Brady mostra um exercício muito comum entre os QB, que tem como o objetivo manter a bola junto com o corpo sem balançar os braços; segundo o instrutor, este exercício trabalha tanto a parte superior quanto a inferior do corpo.





REGGIE BUSH
New Orleans Saints – Running Back
24 anos – 1,83m – 92kg


Bem, até que este exercício (foto acima) não é tão sacrificante assim...

Mas esta é apenas uma das fotos que Bush tirou com sua namorada, Kim Kardashian, que faz parte de uma reprtagem da revista GQ, edição de Abril deste ano.

Se existir um título para um treinamento que é totalmente diferente, ele ganhará disparado. Imagina uma esteira... Imagina bastões, barras, bolas medicinais... Tudo isto junto, sempre em um movimento continuo, chama-se Fre Flo Do, uma forma extremante única de treinamento. Veja o vídeo (pertence à © NFL Network) e se impressione com o que Bush faz.





©1 Bill Frakes / SI
©2 K.C. Alfrede / SD Tribune
©3 GQ

Maduro o Suficiente


Ele está arremessando de forma correta, arremessando de acordo com seu talento... Maturidade é a palavra que vem em mente.” declaração que Don Wakamatsu, treinador do Seattle Mariners usa para definir seu arremessador número 1: Félix Hernández.

A sua mais recente partida contra o Cleveland Indians, na sexta-feira passada (17), foi uma definição de como está sendo esta temporada para Hernández: dominante em oito entradas permitindo apenas duas corridas na vitória de seu time por 6 a 2. Performance que veio na sequência de uma entrada perfeita no Jogo das Estrelas.

Hernández vem produzindo ótimos números neste campeonato 2009 da MLB, o quinto da carreira. Carreira que começou aos 19 anos.

Por iniciar tão cedo assim, ele já tem alguns recordes. A sua estréia como titular em 2005 foi a do mais jovem arremessador desde 1984. Apesar de não ter atuado em toda temporada, ele conseguiu impressionar a muitos correspondendo a expectativa de melhor promessa do ano – junto com Joe Mauer. Na ocasião ele conseguiu um número interessante: enfrentou 126 rebatedores seguidos sem permitir uma rebatida dupla.

Conforme os anos foram passando e Félix pegando mais experiência, estas marcas aumentaram. Veja as mais importantes:

- Em 26 de Agosto de 2007, ele conseguiu seu primeiro jogo invicto (sem permitir corridas) com apenas 95 arremessos em uma partida que durou só 1 hora e 51 minutos, a mais curta da história do Safeco Field, estádio dos Mariners.

- Em 17 de Junho de 2008, ele se tornou apenas o 13º jogador da história da Liga Americana (LA) a eliminar três rebatedores em uma entrada com três strikeouts (Jermy Hermida, Jorge Cantu e Mike Jacobs).

- Em 23 de Junho de 2008 ele rebateu um grand slam no jogo “entre-ligas” contra o Johan Santana do New York Mets. Foi primeiro arremessador dos Mariners a rebater um home run e o primeiro arremessado da LA a fazer um grand slam desde 1997 (início dos jogos “entre-ligas”).

- Em 6 de Abril de 2009, ele atingiu a marca de 600 strikeouts na carreira, o mais jovem (23 anos) a chegar a este número desde Dwight Gooden.

Estes feitos, entre tantos outros, testificam a favor da fama do venezuelano Hernández, que faz questão de rechaçar “Eu não sou famoso, não me chame de famoso” disse ele ao Seattle Times. Típica declaração de quem quer apenas fazer o que gosta: jogar beisebol.

Vindo do país do esporte, não é surpresa saber que ele começou muito cedo, pra ser mais exato aos 14 anos. A surpresa talvez seja descobrir que nesta época ele arremessava uma bola a 144 km/h... Desde então scouts de toda a MLB já estavam de olho no garoto, em busca para levá-lo aos Estados Unidos.

Mesmo não precisando de interprete apenas neste ano, a adaptação dele foi tranqüila, apesar de iniciar na liga bem pré-maturo. A experiência e a “manha/malícia” do jogo ele foi pegando com o tempo. Independente de ser diferenciado, Hernández passou pelos problemas que qualquer arremessador jovem enfrenta.

A meta principal na moldagem de Félix foi controlar seus arremessos, fazer com que eles fossem mais seletos e diversificados. “Quando eu comecei na liga eu arremessava forte a todo instante e não tinha tanto controle assim do meu jogo” disse Hernández à ESPN. Hoje com cinco anos de experiência ele trabalha melhor a zona de stirke, jogando as bolas nos quatros cantos e evitando bolas rápidas no meio; deve ser considerado que agora Hernández conhece melhor os seus adversários e já sabe qual é melhor jeito de arremessar para cada um.

Numa liga onde só se fala de Zack Greinke e Roy Halladay, Hernandez fica fora da conversa quando o assunto é Cy Young, mesmo tendo o segundo menor ERA da LA: 2.51 (atrás do 2.08 de Greinke). Hernandez venceu seis partidas seguidas desde 24 de Maio e o seu total de vitórias são 10 contra 3 derrotas – até 20/07.


Pra que ser famoso? O estilo latino de ser se encaixa bem em Félix: jogar por diversão e vencer alguns jogos. Esta maneira de encarar o esporte faz com que a pessoa fique mais tranqüila e confiante para poder desempenhar um bom trabalho a cada partida. Assim também se adquire maturidade.

Minha atitude hoje é melhor e minha confiança hoje é melhor” diz Hernández que ainda tem muito a aprender (assustador!) e ser cada vez mais dominante.

Hoje, porém, sua maturidade é suficiente para colocá-lo entre as grandes estrelas da liga.

Destaques e Decepções (Jogadores)

Dando sequência ao especial "Metade da temporada MLB - 2009". Na última segunda-feira (13/07) este espaço foi dedicado aos times (leia “Destaques e Decepções – Times"). Agora é a vez dos jogadores.


DESTAQUES


ALBERT PUJOLS – Saint Louis Cardinals (.332 BA, 32 HR e 87 RBI)


CURIOSIDADE: No dia 3 de Julho, ele rebateu o 10º grand-slam da carreira em Cincinnati, passando a ser o número um nesta categoria na história da franquia.

Este honra o apelido: “A Máquina” – The Machine. Nas categorias ofensivas da Liga Nacional ele lidera em seis: corridas, home runs, RBI, walks, OBP e OPS. Para criar um pouco mais de “graça” nesta disputa, especialistas estipulam se é possível ele terminar a temporada com a “Triple Crown”- Tríplice Coroa, que acontece quando o jogador lidera a liga em .BA, HR e RBI.

Como os arremessadores usam o artifício de impulsionar intencionalmente Pujols para a primeira base (“intentional walk”), será muito difícil ele chegar ao topo da categoria aproveitamento no bastão já que ele terá menos oportunidades de rebater; a projeção é que ele termine o campeonato com um absurdo 127 walks.



TIM LINCECUM – San Francisco Giants (10v – 2d, 2.33 ERA)

CURIOSIDADE: Ele teve 29 entradas sem permitir uma corrida nesta temporada, terceira melhor marca desde que os Giants mudaram para San Francisco (1958).

Dizem que chegar ao topo é fácil, difícil é permanecer; no caso de Lincecum não é tão difícil assim. Depois de levar o Cy Young da LN (prêmio para o melhor arremessador) no campeonato passado, Lincecum continua colocando números e performances de um verdadeiro ace.

Ele tem um total de 149 strikeouts, 3 jogos completos e 2 jogos sem permitir uma corrida sequer.

Ah! Ele tem apenas 25 anos...



JASON BAY – Boston Red Sox (.260, 20 HR e 72 RBI)


CURIOSIDADE: 16 dos 20 home runs aconteceram com outros jogadores na base

Ele não é o melhor dos outfielders, mas é extremamente eficiente. No momento de pressão, no momento que se exige uma performance de alto nível, o canadense (naturalizado americano) sempre dá conta do recado.

É considerado uma das principais armas ofensivas dos Red Sox, vide o alto número de corridas impulsionadas. Nesta temporada ele conseguiu uma sequência incrível e bastante peculiar: 11 home runs seguidos com jogador na base; empatou o recorde histórico da franquia e ficou um HR atrás do recorde histórico da MLB.



DECEPÇÔES


ALFONSO SORIANO – Chicago Cubs (.234 BA, 14 HR e 33 RBI)

CURIOSIDADE: Pela primeira vez, desde 2001 quando ele assumiu a titularidade com os Yankees, ele está rebatendo abaixo de 26%)

O talento que Soriano tem pode fazer com que ele supere este péssimo momento que está passando. Perto do “Jogo das Estrelas”, ele deixou de ser o rebatedor número 1 na linha ofensiva pela primeira vez em sua carreira; foi o sexto contra os Braves, Cardinals e Nationals e quinto contra o Cardinals. Esta mudança feita por Lou Piniella (treinador dos Cubs) foi necessária devido à baixa produtividade de Soriano em chegar às bases; OBP de 30% e OPS de 71%.

Muito acreditam que com Alfonso na parte de baixa da rotação dos rebatedores, os números de RBI podem aumentar para ele, que terá sua função tática mudada: ao invés de buscar ir às bases, terá que buscar impulsionar seus companheiros a avançar sobre elas.



BRAD LIDGE – Philadelphia Phillies (7.03 ERA, 18 / 24 defesas)


CURIOSIDADE: Até o dia 7 de Maio, Lidge tinha permitido (então) mais corridas que na temporada passada completa: 19 contra 17. Até 17/07, ele cedeu 27 corridas.

Aqui é outro exemplo de um jogador que está em um mau momento, mas que tem talento para superá-lo. Os seis jogos que ele não conseguiu defender para sua equipe foram marcantes, principalmente dois deles numa série contra os Dodgers fora de casa (6 e 5 de Junho).

Apesar de a projeção ser que ele desperdice mais 5 jogos até o final do campeonato, há aqueles que não acreditam nisto e vêem Lidge terminando apenas com estes 6 desperdícios que ele tem até o momento.



DAVID ORTIZ – BOSTON RED SOX (.222, 12 HR e 47 RB)


CURIOSIDADE: Rebateu o home run de número 300 na carreira dia 9 de Julho contra Luke Hochevar do Kansas City Royals.

Bastante inconstante nesta metade de temporada, Ortiz dá sinais que o poder de suas rebatidas está de volta, mas sem tanta firmeza assim. Apesar de ter 7 home runs neste mês de Julho e estar com um OPS alto (.839), ele ainda é lembrado pelas 149 vezes seguidas que ele esteve com o taco e não conseguiu um home run; o primeiro neste campeonato veio só dia 20 de Maio contra o Toronto.

O questionamento enquanto ao jogo de Ortiz não é se ele ainda tem a força no bastão, e sim se ele vai voltar a ser mais consistente no ataque. Francona (treinador do Boston) espera que pelo menos ele mantenha seu OPS alto, próximo dos 90%.



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O Curioso Caso de Matt Cassel


Esse tem história pra contar...

Os fatos mais pitorescos, os acontecimentos mais marcantes, as situações mais inesperadas que alguém pode passar... Assim foi (é) com Matt Cassel, quarterback (QB) do Kansas City Chiefs.

Nesta semana, algo inesperado (mais uma vez) ocorreu com ele: sem jogar uma partida com a camisa dos Chiefs, assinou um contrato de US$ 63 milhões por seis anos (com uma garantia de US$ 28 milhões). Se atletas que nunca jogaram profissionalmente assinam acordos astronômicos, porque ser diferente com Cassel que mostrou no ano passado ter condições de ser titular na NFL?

Mais do que isso: “Desde a chegada de Matt em Kansas, ele tem abraçado o time e a comunidade. Sua ética no trabalho, sua habilidade no campo e sua personalidade competitiva são atributos que buscamos em qualquer atleta” disse Scott Pioli, diretor de football dos Chiefs.


Tais atributos que Matt traz da infância, ou melhor, famosa infância.

Ele fazia parte de um time infantil de beisebol chamado “The Earthquake Kids”, da cidade de Los Angeles. Em 1994, quando a MLB estava em greve, o grande assunto no mundo do beisebol era as finais da “Little League”, que o Earthquake Kids venceu. Cassel, um dos destaques do time, foi assunto de uma reportagem feita na época pelo jornal Los Angeles Times:

Seu time atingiu o topo com a conquista do campeonato. O 1B [primeira base] Matt Cassel rebateu duas simples, fez uma grande jogada defensiva e sua equipe venceu Springfield (Virgínia) por 3-0 na última Terça, com um público de mais de 20 mil pessoas.

´Eu sabia que tudo daria certo hoje’ disse Matt o garoto de 12 anos e estrela da partida


Trecho do Los Angeles Times de Agosto de 1994.


E a vida já lhe dava o papel de herói...

Porém, ele decidiu jogar football na escola. Teve até certo destaque, sendo rankeado entre os oito melhores QB´s de então. Escolheu a Universidade de South California (USC) por motivos que iam além do esporte; boa educação, perto de casa...

Estando em um dos melhores programas de football universitário, Matt tinha tudo para melhorar seu jogo e participar de um dos times mais tradicionais dos EUA. Ele fez isto, mesmo passando toda a sua carreira universitária no banco.

Não porque seu talento era pouco, mas por competir com dois excelentes QB´s.

Primeiro Cassel foi reserva de Carson Palmer, considerado rei no campus e vencedor do Heisman (prêmio entregue ao melhor jogador universitário) de 2002. Depois foi reserva de Matt Leinart, sucessor de Palmer tanto no “trono da universidade” quanto em campo; Leinart venceu o Heisman de 2004.

Sem chance para jogar na sua posição, Cassel buscou alternativas. Chegou a jogar de tight end, running back... Lá pelo ano de 2004, ele resolveu voltar às origens e jogou uma temporada com a equipe de beisebol da universidade. Para aumentar o nível de curiosidade desta situação, o Oakland Athletics (clube da MLB) o escolheu no draft daquele ano na 36ª rodada.

O que fazer? Optar pelo football, mesmo sem ter tido chance real de ter mostrado seu jogo ou ir para a MLB?

Cassel apostou na NFL. Ele iria arriscar e mostrar suas habilidades nos treinos pré-draft o que, de fato, deu certo. A melhor franquia da liga em pegar os grandes talentos no draft (Patriots), o escolheu na 7ª rodada em 2005.

A transição USC-Patriots não é pra qualquer um. Matt podia se considerar um cara abençoado, benção esta que o levaria para a... reserva!

Mais uma vez Cassel seria o segundo QB, agora ficando atrás de Tom Brady, um dos melhores da história. Matt teve então mais tempo para exercitar várias coisas: seu jogo, sua paciência...

E se a oportunidade surgisse de ser titular; será que treinar com Palmer, Leinart e Brady o ajudaria? A chance de mostrar se “sim” apareceu no ano passado.

Com a contusão de Brady na primeira semana, em um jogo contra os Chiefs, Cassel assumiu a titularidade da equipe e fez um grande papel. Ele terminou a temporada com 3.963 jardas, 21 TD´s (marcou mais dois correndo) e 11 INT´s. Os Patriots não foram aos playoffs, mas o time venceu 11 jogos e perdeu apenas 5. Ele é o único jogador da história da NFL, segundo a ESPN, a jogar na liga sem ter atuado uma vez como titular na NCAA

Entre tantas coincidências e causos em sua carreira, mais um surgiria. Ao final da temporada ele se tornou um agente livre e Brady estava se recuperando para voltar. A ida de Scott Pioli (ex - Presidente de Relacionamento dos Jogadores do New England) para os Chiefs atraiu Cassel; ambos cresceram: Pioli ficou com a gerência da franquia de Kansas City e Matt com a titularidade de QB.

Agora Cassel pode dizer que comanda um time. Todas estas experiências serviram para que ele ganhasse o selo de “jogador da franquia” dos Chiefs, mesmo sem ter ainda atuado uma vez com a camisa do clube.

Algo bastante incomum, mas para ele não.

Na vida de Cassel, o comum para muitos é estranho a ele; o diferente passou a ser normal; ser casado com a primeira namorada (foto ao lado) aumenta esta lista - Palmer é seu padrinho - , assim como participar de um documentário (HBO), ser filho de pais que trabalham em Hollywood...

No final de tudo, depois de anos sentado no banco de reservas, agora é a hora de ele ficar de pé e assumir o time que é seu, com a missão de recolocar os Chiefs de volta à elite da liga.

Para quem passou por todas estas aventuras ao longo da carreira, esta é somente mais uma etapa a ser ultrapassada. Mais uma vez ele lutará para transformar o que é incomum para o Kansas City Chiefs (derrotas) em algo comum (vitórias).

Nada fora do normal se isto acontecer.



© 1 John Rieger / US Presswire
© 2 LA Times
© 3 Bill Brett / Globe

Destaques e Decepções (Times)

Inspirado em um tópico criado no Fórum Strike Out (maior e melhor comunidade de discussão sobre o beisebol em língua portuguesa), o “Grandes Ligas” opinará sobre os principais times e jogadores desta metade de temporada da MLB 2009. Irá também mostrar aqueles que não corresponderam até agora no campeonato.

Hoje, o espaço é dedicado aos times. Na próxima sexta-feira, será a vez dos jogadores.


DESTAQUES


LOS ANGELES DODGERS (56 Vitórias – 32 Derrotas)

Curiosidade: Ainda não perdeu três vezes seguida. Esta é a melhor marca na liga desde o Seattle Mariners de 2001, que ficou sem perder três jogos de forma consecutiva do início do campeonato até 22 de setembro.

Quando a equipe perdeu Manny Ramirez no dia 5 de Maio por suspensão durante 50 jogos (o jogador usou uma substância proibida pela MLB), muitos acreditavam que os Dodgers cairiam de produção; porém aconteceu o contrário. A equipe marcou mais corridas sem Ramirez do que com ele no time, isto porque seu substituto, Juan Pierre, fez um excelente trabalho.

O foco principal do Joe Torre (treinador) é achar um sólido arremessador número 2, já que Hiroki Kuroda não assumiu esta posição por ter ficado no Departamento Médico duas vezes seguidas (15 dias cada) e ter 5 derrotas e 3 vitórias até agora. Comenta-se sobre a possibilidade de Roy Halladay (arremessador do Toronto) ir para Los Angeles, porém a diretoria dos Dodgers não quer ceder suas promessas das ligas de base em troca do ace.



DETROIT TIGERS (48 Vitórias – 39 Derrotas)

Curiosidade: Se o time marca menos de três corridas: 10v – 28d. Se o time marca mais de três corridas: 38v-11d.

Apesar do ataque dos Tigers está encaixado, duas coisas são os fatores principais que mantém a equipe na liderança da divisão Central na Liga Americana: defesa e arremessadores (leia “Com Um Ano de Atraso”).

Além dos arremessadores titulares (Justin Verlander, Edwin Jackson, Armando Galarraga e Rick Porcello), o bullpen do Detroit está em um bom momento. O reliever Joel Zumaya voltou a ser efetivo com sua bola rápida e o closer Fernando Rodney está perfeito em defesas de resultados: 19 de 19.



BOSTON RED SOX (54 Vitórias – 34 Derrotas)

Curiosidade: Jacoby Ellsbury roubou 40 bases até este Jogo das Estrelas. Em toda a história da franquia, nenhum outro jogador atingiu tal marca durante este mesmo período.

Os primeiros 88 jogos mostrou o quanto o Boston tem elenco, e não apenas um time. Dois de seus principais jogadores estão passando por dificuldades; um já está melhorando (David Ortiz, 1B) e outro está no DM (Daisuke Matsuzaka, AT). Mesmo assim, a equipe tem o melhor aproveitamento da Liga Americana, três jogos à frente do New York Yankees.

Aliás, os Yankees tem dado alegria ao Boston. Até agora, foram oito jogos entre as equipes e os Red Sox venceram todos, melhor sequencia de vitória contra o rival desde 1912!



DECEPÇÕES


WASHINGTON NATIONALS (26 Vitórias – 61 Derrotas)

Curiosidade: Num jogo em Abril contra o Florida Marlins em Washington, Adam Dunn e Ryan Zimmerman entraram em campo com o apelido do time escrito errado em suas camisa: “Natinals”...

O que falar deste time que nem parece pertencer à MLB? O segundo pior time da liga (Cleveland Indians) tem nove vitórias a mais que os Nationals... Evidentemente que não se esperava muita coisa da equipe, mas pelo menos deveria jogar com mais seriedade.

Todos os fundamentos básicos do beisebol são mal executados por todos do elenco. Por isso que não é visto como surpresa a demissão de Manny Acta (treinador). O Washington fez um péssimo campeonato ano passado com apenas 59 vitórias, porém esta temporada tende a ser pior: a projeção é que o time termine o campeonato com só 48 vitórias...



CLEVELAND INDIANS (35 Vitórias – 54 Derrotas)

Curiosidade: Contando apenas as corridas na oitava entrada, a equipe cede 69 e marca apenas 35.

Eu nunca pensei que assim seria nossa temporada” diz Mark Shapiro, diretor de beisebol dos Indians.

Não só Shapiro, mas ninguém esperava que o Cleveland jogasse tão mal nesta metade de temporada. São falhas que nem Shapiro, um dos melhores diretores de toda a MLB, consegue solucionar.

A negociação de Mark DeRosa para o Saint Louis mostra que o time já está em processo de reformulação para 2010. Cliff Lee e Victor Martinez não estão na “vitrine”, mas a diretoria não vai tapar os ouvidos por propostas, pois o contrato de ambos termina ano que vem e o Cleveland pode perdê-los sem ganhar nada em troca.



CHICAGO CUBS (43 Vitórias – 43 Derrotas)

Curiosidade: Carlos Zambrano (arremessador) já tem três home runs na temporada, um total de 19 na carreira: melhor número entre todos os arremessadores da história da franquia.

Sem ataque, não há vitórias (leia “Seus Problemas Acabaram?”). Este pensamento simples será repetido exaustivamente por Lou Piniella (treinador) nesta segunda metade do campeonato. Os torcedores dos Cubs esperam que a volta de Aramis Ramirez para a linha de rebatedores melhore os números de Alfonso Soriano, Derrek Lee, Milton Bradley... Para vencer jogos, o time tem que marcar em média cinco corridas por partida.

Há uma exigência que vem das arquibancadas por um arremessador, porque Ryan Dempster está no DM e voltará somente em Agosto.

Jay-Z, Brooklyn e a NBA


Muito bom pra ser verdade?

Parece que não. Apesar de algumas divergências locais, a temporada 2012-13 da NBA terá jogos realizados no Brooklyn, famoso distrito da cidade de New York. Algo que será bom para muita gente, até para os que hoje criticam (haters).

Se os haters (gíria muito usada na música rap) forem os únicos que estejam querendo bloquear o caminho do Jay-Z em levar o New Jersey Nets para o Brooklyn, podemos considerar a fatura liquidada. Ele já enfrentou tantos até aqui que já está acostumado.

Shawn Corey Carter (também conhecido por Jay-Z) se encaixa no perfil daqueles que estão no lucro, tanto literalmente quanto no sentido figurado. No literal porque ele é um dos bem mais sucedidos rappers da história (a revista Forbes acabou de revelar que só nestes últimos 12 meses, ele faturou US$ 35 milhões); no figurado porque nem era para ele estar aqui entre nós.

Porém, Jay-Z vence os números. Ao invés de ser mais um nas estatísticas da polícia e do estado, ele está nas estatísticas do que mais vendem álbuns, roupas, shows...

Adquirir 1/5 do New Jersey Nets foi um sonho que se concretizou em 2004. Carter faz parte de um grupo de empresários que compraram a franquia, determinados em mudar a cara do clube, fazê-lo rentável e interessante. A idéia de levar os Nets para o Brooklyn foi levantada por Carter e logo abraçada pelos seus companheiros; eles mais pelo lado financeiro, Jay-Z mais pela paixão.

Nascido no bairro de Bedford-Stuyvesant no distrito do Brooklyn (mesmo bairro onde nasceram Mike Tyson, B.I.G., Fabolous, Chris Rock, Michael Jordan...), Jay-Z visualiza uma franquia em seu distrito para reavivar a marca “Brooklyn” e transformar o local mais atrativo aos olhos dos locais e turistas. Antes, o projeto da arena era futurístico, agora irá para o lado industrial, mais característico do distrito.

Falando em arena... Este é o ponto da discórdia, o argumento que os haters usam para desvalorizar a mudança New Jersey-Brooklyn dos Nets. Detalhes sobre a oposição dos moradores do local onde a arena irá ser construída são descartáveis (o famoso “Moot Point” de Joey do seriado Friends). Independente do barulho feito, a arena será construída e a expectativa é que comece de vez em Setembro deste ano, após a cidade aprovar o novo projeto.

É muito dinheiro envolvido, muitos interesses, muito lucro esperado.

A Barclays – empresa de holding – está à frente do projeto da arena que terá o nome de “Barclays Center”, nome também dado a estação de metrô sobre a qual será construído o ginásio.


Isto mesmo! SO-BRE! Nesta foto acima - na área em destaque - se ver onde será feita a construção. Algumas casas terão que ser desapropriadas, o mesmo será feito com alguns comércios e a arena será construída em cima da estação, uma das mais movimentadas de New York.

A questão financeira entra aqui quando as palavras “movimento de pessoas” estão juntas. A cidade, o bairro, o distrito, a franquia, os donos, a NBA... todos vão ganhar com esta arena e com os Nets no Brooklyn. O foco dos administradores da franquia é explorar em New York a principal faixa economicamente ativa da sociedade americana: pessoas entre 16 e 30 anos. Este é o público majoritário da associação e este será o alvo do Brooklyn Nets.

Brooklyn Nets? Por que não Brooklyn Ballers? Esta segunda sugestão é a mais cotada para ser o novo nome da equipe; é mais apelativa, mais jovem. A mudança não só virá no nome ou na cidade, ela será percebida na forma diferente de abordar o fã, algo que precisa ser feito para atrair mais torcedores.

Apesar de existir milhares de estratégias de marketing para ganhar fãs uma, a mais simples de todas, merece um carinho especial: vencer jogos. Quem vai torcer por um time perdedor?

Ao olhar a equipe dos Nets no papel hoje, se entende que o plano dos diretores é a longo prazo. Um clube que trocou seu principal jogador (Vince Carter foi para Orlando) e tem apenas Devin Harris como atleta mais talentoso, não pensa em vencer agora.

Na verdade, o time pensa em 2010. Não só os Nets, mas todas as outras franquias.

Ano que vem será a época que a liga terá, muito provavelmente, o melhor grupo de agente livres da história. Chris Bosh, Dwyane Wade, LeBron James, entre outros, poderão estar disponíveis para qualquer franquia poder contratar.

A meta dos Nets é “King James”, atual MVP (melhor jogador) da associação.

Os rumores só crescem a cada dia que passa sobre a ida do LeBron para os Nets, graças a amizade que ele tem com Jay-Z. O jogador aparece no mais recente vídeo clipe do rapper, “D.O.A. – Death of Auto Tune” (clique aqui e veja no You Tube) e subiu no palco para cantar com ele em seu mais recente show na cidade de Las Vegas.

LeBron James, New York, Brooklyn... Muito bom pra ser verdade?

Parece que não. A carreira de Shawn Corey Carter mostra que nem tudo é impossível, é tudo muito perfeito. Jay-Z costuma alcançar o que almeja, do bom e do melhor. Ser casado com a estupenda diva Beyoncé exemplifica esta afirmação...

Sem dúvida!


© 1 Chang W. Lee / NY Times

Estrela Ascendente


A temporada 2009 chega à sua metade com a celebração do Jogo das Estrelas que será realizado na próxima terça-feira, 14 de Julho, em Saint Louis. Entre tantos nomes de destaque, um se sobressai: Evan Longoria.

Neste momento em que os fãs apreciam Albert Pujols, principal jogador hoje da MLB em sua melhor fase da carreira, vale olhar para este garoto que mesmo jovem (23 anos), já conquistou muitas coisas.

Este será o segundo Jogo das Estrelas que Longoria irá participar. No ano passado, ele entrou pelo “Voto Final” com 9 milhões de votos a seu favor – recorde. Hoje, pelos últimos números divulgados em 29 de Junho para o jogo desta temporada, o terceira base do Tampa Bay Rays estava com 4 milhões e 300 mil votos, o quinto colocado somando as duas ligas; atrás de Pujols, Chase Utley, Derek Jeter e Joe Mauer.

Olha que ele ainda não jogou uma temporada completa...

Olha que ele não foi selecionado no draft de 2003...

E olha que ele quase desistiu do beisebol...

Longoria chegou “na bifurcação”. Em um ponto da sua carreira, ele precisou tomar uma decisão: continuar a jogar ou desistir.

Resolveu continuar.

Quando ele terminou os estudos na escola de ensino médio (High School), optou entrar no draft de 2003. Depois de 1480 jogadores terem sido escolhidos, a seleção acabou e ele não estava entre eles. Pior, nenhuma universidade da NCAA lhe ofereceu bolsa para jogar beisebol... Teve que então atender uma faculdade comunitária...

Aqui que apareceu a tal da “bifurcação”. Longoria enfrentou situações delicadas e parava constantemente para refletir se tudo isto valia a pena, se todo o esforço traria uma recompensa. Após seu ano de novato e de muito treinamento, a Universidade de Long Beach chamou Evan, mesmo já tendo um shortstop (SS) no time.

Sim, Longoria era SS, mas mudou para a terceira base porque em Long Beach quem jogava na posição era Troy Tulowitzki. Sem problema, Longoria e Tulowitzki se tornarão grandes amigos e Troy teve um papel especial no desenvolvimento do jogo de Evan. Joe Maddon, treinador dos Rays, reconhece:

Foi importante ele ir para a universidade, porque fizeram um grande trabalho em sua preparação. Deixaram-no pronto para o jogo profissional e para lidar com outras coisas” afirma Maddon sobre a importância de Long Beach na carreira de Longoria. Estes fatos se concretizaram no draft de 2006, quando os Rays o escolheram na 3ª posição na primeira rodada. Evolução considerável para quem três anos atrás nem foi draftado...

Passou pouco tempo nas divisões de base e seu aceso à MLB foi rápido. Em 2008 ele foi chamado para substituir Willy Aybar e nunca mais saiu do time. Resumindo: foi de forma unânime o novato do ano da Liga Americana; esteve no Jogo das Estrelas; as suas duas primeiras rebatidas nos playoffs foram home runs (apenas o segundo jogador na história a fazer isto e o primeiro novato).

Não rebateu nada nas 20 tentativas que teve contra o Philadelphia Phillies na World Series, mas não é problema: ele sabe que é preciso estudar bastante o jogo e todas as suas nuances.

Esta vontade de se aperfeiçoar, de buscar melhorar a cada dia sua performance faz de Longoria um jogador especial. Tudo o que ele alcançou até agora se deve aos treinamentos; o que ele conseguir daqui pra frente também.

Evan tem a total noção do que precisa fazer; fato que é bastante raro pela sua idade. Alguns caras eu tenho que perseguir para fazerem o trabalho completo e de forma correta, já este cara é o primeiro a chegar e o último a sair dos treinamentos” diz Kevin Barr, preparador físico dos Rays sobre a ética de trabalho de Longoria.


A resposta para a pergunta “Todo este esforço trará recompensa?” é simples: Sim. Não há segredos; trabalho e dedicação trazem resultados positivos. A projeção é que Longoria tenha uma temporada com 31 HR, 126 RBI e aproveitamento de 29%. Bons números para quem está só começando e tem muito que aprender.

Eu penso da seguinte forma” diz Evan Longoria sobre como se manter produtivo nesta liga por um logo período: “Pegue as coisas positivas que você é bom e apenas melhore gradativamente com o tempo

Declaração de quem tem o céu como limite.


© 1 Al Messerschmidt / Getty Images

PS: Confira "Agora Vai?" texto que traça um perfil de Zack Greinke, estrela do Kansas City Royals - Liga Americana (publicado em 04 de Maio)

O Que Passou, Passou...


Dar uma segunda chance a alguém é praticamente uma regra, todos merecem.

Contudo, e uma terceira chance? Poucos têm.

Entre os que fazem parte desta “exceção-que-confirma-a-regra”, daqueles que recebem mais uma oportunidade, está o defensive tackle do Indianapolis Colts, Ed Johnson (foto acima, camisa 99).

No dia 5 de Maio deste ano Jim Caldwell, novo treinador dos Colts, comunicou, via site oficial do clube que “...estamos dando a Ed Johnson outra oportunidade para jogar em Indianapolis...”. Toda a diretoria espera que esta seja a decisão correta e que o jogador não venha a violar, novamente, as regras da NFL sobre conduta fora de campo.

Estes problemas de comportamento, de violação de conduta, vêm desde o tempo que Johnson jogava na Universidade Estadual da Pensilvânia (Penn State). Lá foi o início dos problemas e onde ele sofreu a primeira punição.

Em 2005, Ed foi suspenso pela universidade por quebrar o código de comportamento da faculdade (assédio sexual), mantendo em confinamento uma estudante sem sua própria vontade. Ele voltou ao time em 2006, mas não participou do Bowl (uma das finas da NCAA – no caso, o Outback Bowl), por violar regras do time.

O comportamento de Ed fora de campo afetou bastante sua cotação no draft de 2007. Antes, ele era visto como uma escolha do primeiro dia, porém nenhuma franquia o draftou. Mais, ele não recebeu proposta alguma quando foi para a lista de “agente-livres”, a não ser dos Colts, que resolveu apostar no garoto.

Nas famosas cláusulas que existem em qualquer contrato, uma delas ficou bem clara para Ed: qualquer má conduta nas ruas, a mais simples que seja, e o contrato será rompido.

Pouco mais de um ano passou e a tal “má conduta” apareceu.

Johnson foi parado por policias no dia 10 de Setembro de 2008, ele estava com seu carro andando em alta velocidade. Após fazer uma averiguação de rotina no automóvel, os policiais encontraram... maconha!

Pela polícia, ele foi liberado 24 horas depois.

Para o diretor de footbal dos Colts, Bill Polian: expulsão.

Neste caso em particular, Ed esteve sempre ciente que, pelo seu passado, ele deveria estar sempre atento às regras do clube; isto foi repetido a ele diversas vezes” disse Polian na época ao Indianapolis Star. “Dadas todas as circunstâncias, não temos outra escolha a não ser tomar esta atitude (suspender o jogador)”.

Porque, então, ele foi readmitido? Porque os Colts estão dando a ele mais esta chance?

Apesar de Johnson ter um comportamento questionável fora de campo, não há dúvidas sobre sua capacidade de jogar na defesa. Na verdade, esta é a salvação dele: se não fosse o football, onde ele estaria hoje?

Exemplo: na sua temporada de novato (2007), Ed jogou 16 partidas como titular, teve 63 tackles (49 solo), um sack e forçou um fumble. Foi uma das grandes razões do sucesso defensivo dos Colts contra o jogo corrido naquela temporada.

Ano passado, sem Ed, os Colts foram um dos piores times da NFL em defender o jogo corrido. Com Johnson de volta, a defesa do Indianapolis vai ter uma melhora considerável.

A responsabilidade está toda sobre ele, em mostrar que os problemas comportamentais não irão mais se repetir. “Eu mudei minhas atitudes, mudei minhas amizades. Passei por um processo de amadurecimento” diz Johnson sobre o que aconteceu com ele nestes meses fora da liga.

Ele afirma que “...tudo o que aconteceu serve de aprendizado”. O momento agora é de mostrar a todos não só que ele tem condições de jogar na NFL, mas que uma pessoa pode ser transformada e tomar seus erros como lição para não repeti-los, mesmo que equívocos tenha acontecidos mais do que uma vez.

Para isto acontecer, novas oportunidades nunca é demais:

Vamos começar do zero agora” disse Caldwell à Associated PressSe ele for tão bom mesmo, terá seu lugar garantido no time titular. É hora de olhar para frente e esquecer o que passou”.

Assim também pensa Ed Johnson. Cabe a ele não desperdiçar este (o) presente.



© 1 Chris Hall / Colts Media
© 2 e © 3 A.J. Macht / Colts Media

Sem Dar Um Passo Maior Que As Pernas


Ou, dependendo da região, “sem colocar a carroça na frente dos bois”.

Essas filosofias populares brasileiras podem definir como é a carreira de Tommy Hanson (foto acima), arremessador titular do Atlanta Braves. O principal talento da franquia vem desenvolvendo seu jogo sem pressa, desde os tempos das ligas de base, com um passo de cada vez, algo que o tem ajudado para seu sucesso repentino na MLB.

O jogador de 22 anos foi o novato do mês de Junho da Liga Nacional com 4 vitórias em cinco partidas (os Braves venceram um jogo que ele não decidiu). Conseguiu 18 strikeouts e permitiu apenas 9 rebatidas em 29 entradas – seu ERA foi de 2.48. Vale ressaltar que duas destas vitórias foram fora de casa e as que aconteceram em Atlanta foram contra o New York Yankees e o Boston Red Sox. (nesta ocasião, os Braves perderam duas para o Boston e duas para o New York; as duas vitórias do time nestas séries vieram com o Hanson).

No último sábado, 4 de Julho, ele fez mais uma grande partida contra o Washington Nationals. Mesmo o home run de Adam Dunn ter quebrado a sequência de Hanson de 26 entradas sem permitir uma corrida, ele entregou o jogo para o reliever Mike Gonzalez, na sétima entrada, com o Braves na frente: 3 a 1. Gonzalez, porém permitiu 3 corridas e o Nationals venceu.

Nada que manchasse a performance do novato.

A franquia o vê como peça fundamental para a construção de uma nova rotação forte e dominadora de arremessadores. Coincidência ou não, a chegada de Hanson aconteceu graças à saída de Tom Glavine, fechando de vez o eficiente ciclo Maddux-Glavine-Smoltz em Atlanta. Agora é hora de renovação e ela atende pelo nome de Tommy Hanson.

Ele não jogou por nenhuma universidade, passou da escola direto para as ligas de base; foi escolhido na 22ª rodada do Draft de 2005 na posição de número 677... Então, Hanson (foto ao lado) não tinha tanto destaque, quem o descobriu foi um treinador chamado Dennis Rogers. Certa vez, ele foi assistir a um jogo de Hanson na escola e não tinha nenhum olheiro da MLB por lá. Os arremessos dele não eram tão impressionantes assim, mas o que chamou a atenção de Rogers foi a capacidade de melhora de Tommy a cada entrada. Conforme a partida ia se desenvolvendo, Hanson melhorava seus arremessos “Esta qualidade dele é o que vai fazê-lo se destacar no profissional” diz Rogers “Isto é que vai torná-lo um jogador bem sucedido”.

Durante três temporadas nas divisões de base, Tommy passou por seis times diferentes. Em todos eles mostrando a evolução de seu jogo. Hanson entrou na temporada 2006 sendo a quarta “promessa” das ligas de base segundo o Baseball America. Ano passado ele chegou à primeira posição...

Ele começou como reliever em 2006 e chegou em 2008 como arremessador titular; inclusive fez parte de um rumor que traria Jake Peavy, titular do San Diego Padres para Atlanta e mandaria Hanson para San Diego. Este crescimento se credita ao trabalho seu nos treinamentos para sempre melhorar suas atuações, aliás, grandes atuações.

Ano passado, ele terminou a temporada na liga de base com um ERA de 0.90 em 7 jogos, atingindo 49 strikeouts em 40 entradas – conseguiu também um no-hitter (situação que o arremessador não permite nenhuma rebatida em um jogo). Ele foi convidado para participar de uma liga de verão promovida pela MLB (Arizona Fall League) e foi o MVP deste campeonato, com 5v e 0d, um ERA de 0.63 e 49 strikeouts em 28 entradas.

No início deste ano a pergunta surgiu: Como encaixar Hanson na rotação de titulares? Esta dúvida se contradizia com a certeza de que, de uma forma ou de outra, Hanson tinha que jogar em 2009 na MLB (e logo, de preferência). A diretoria dos Braves optou por dispensar Glavine (em uma decisão polêmica, que desagradou muitos torcedores) e abriu espaço no elenco para Hanson.

Os resultados mostram que valeu arriscar.

A evolução do jogo de Hanson se manteve na MLB. Seu primeiro jogo contra o Milwaukee Brewers foi um desastre. Apesar da vitória dos Braves (8 a 7), todas as sete corridas dos Brewers foram marcadas contra Hanson em seis entradas; seu ERA foi um estratosférico 9.00. Porém, nos jogos seguintes, a história foi diferente.

Somando as quatro vitórias dele até agora, seu ERA nestes jogos é de 0.78! Nos jogos contra os Yankees e Red Sox ele não se mostrou intimidado e jogou como um ace, algo que ele é na verdade.

Esta afirmação não foi dita por ninguém ou simplesmente “jogada” no ar. Esta constatação vem pelas suas excelentes atuações e seu poder de melhorar a cada instante. “Dentro do jogo eu sou assim” diz Tommy Hanson (foto à esq.) sobre seu estilo “Minha primeira entrada é um pouco instável, mas quando eu consigo controlar a zona de strike, me sinto mais confiante, passo a trabalhar com bolas altas, bolas nos ‘cantos’, bolas rápidas...”.

Para quem quiser acompanhar a evolução desta futura estrela da liga, basta assistir seu próximo jogo, quinta-feira, 9 de Julho contra os Rockies em Colorado. Será interessante ver como ele irá se comportar em um estádio que é favorável aos rebatedores; se as expectativas se cumprirem, será apenas mais um passo para frente de Tommy Hanson.



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