Homens Brancos Sabem Correr


No final, deu tudo certo para Toby Gerhart.

O running back foi escolhido no Draft 2010 por um time (Minnesota Vikings) no qual ele se encaixa perfeitamente no esquema ofensivo. Ser reserva de Adrian Peterson, estar num clube que almeja o Super Bowl e tem capacidade de chegar lá, acabou sendo um desfecho ideal para um cara que fez uma temporada 2009 na NCAA esplendorosa, mas que não recebeu tanta aceitação por parte das franquias da NFL.

Considerando primeiramente os fatos, Gerhart foi o melhor RB universitário do ano passado. Levou o troféu Doak Walker, cedido ao destaque da posição e fez ressurgir uma equipe de football que estava no ostracismo; Stanford não obtinha um aproveitamento acima dos 50% desde 2001. A universidade terminou o campeonato com 8v-5d e uma vaga no Sun Bowl contra Oklahoma – que venceu a partida. Na premiação do melhor jogador da NCAA 2009, Toby perdeu para o RB de Alabama, Mark Ingram, por apenas 28 votos, a menor diferença em 74 anos do troféu Heisman.

Esses dados foram fortes credencias para Toby, porém ele expôs que todos os números produzidos em campo talvez não fossem suficientes para colocá-lo em uma boa posição no draft. Uma das razões citadas foi a questão racial, com muitos times, na entrevista corriqueira que faz parte do Combine*, perguntando à Gerhart sobre como é ser um RB branco.

A questão se espalhou quando o super popular portal Yahoo! publicou uma reportagem abordando este tema. Assim o assunto caiu na boca do povo, nas discussões virtuais e em programas televisivos de todo o tipo. O debate era em torno da possibilidade do RB de Stanford ser preterido pela cor da sua pele, mesmo tendo ótimos números e apresentações espetaculares contra times fortes da NCAA. Por exemplo, contra equipes rankeadas, ele teve uma média de 200.3 jardas corridas por jogo. Fez ótimas partidas contra as rivais Oregon e USC (consecutivamente) e contra Notre Dame correu para 205 jardas e marcou 3 TD´s (passou para um TD, inclusive) – além de protagonizar este incrível lance:



Quando a questão chegou na ultra conservadora direita americana, se concretizou a polêmica. O canal de notícias Fox News, representante símbolo deste setor da sociedade, assumiu uma posição radical e jogou para o ar “o racismo às avessas” baseando-se numa declaração, ao próprio site Yahoo!, de um experiente olheiro (scout) da NFL que disse “Ele será uma grande escolha para alguém na segunda rodada, mas eu garanto que se ele fosse o mesmo cara – mas de pele escura – com certeza seria escolha de primeira rodada.”

A interpretação do scout é a mais próxima da realidade, seja qual for o entendimento de cada um acerca deste tema. Numa classe na qual RB´s não foram destaques, Gerhart poderia ser melhor avaliado. Entretanto, depois de 50 jogadores selecionados (entre eles 4 RB´s), os Vikings fizeram uma troca com o Houston Texans pela 51ª escolha e pegaram Toby. A franquia deve ter se lembrado do passado, quando outro RB branco esteve com o clube.

O interessante é que este “... outro RB...” é justamente o pai de Toby. Todd jogou na posição defendendo a universidade de Cal State Fullerton, atuou na extinta USFL e fez testes com os Vikings na NFL. Gerhart não gosta de mencionar este fato – não por nada – , mas porque sempre o comparam com outro RB branco. Quando perguntado sobre seu estilo de jogo, ele cita grandes RB´s como inspiração, aqueles que são modelos para aprimorar seu método de corrida. Eddie George, Corey Dillon, Deuce McAllister e Michael Turner são os jogadores que Gerhart se identifica – nenhum RB branco na lista.

Foram poucos, mas a NFL teve corredores que foram destaques, quebrando este estereótipo do “RB negro”. Da própria Universidade Stanford vem o último RB branco escolhido na primeira rodada; Tommy Vardell foi a nona escolha do Cleveland Browns, comandado então por Bill Belichick, no draft de 1992. O RB branco que teve a melhor posição em um draft foi Ken Williard, segunda escolha em 1965 pelo San Francisco 49ers. O único time campeão invicto em toda história da NFL, o Miami Dolphins de 1972, tinha um RB branco como titular: Larry Csonka. Voltando a 1992, este foi o ano que entrou no Hall da Fama John Riggins, o RB branco que foi o MVP do Super Bowl XVII, jogando pelo Washington Redskins.


Fugir de rotulações será difícil para Gerhart, por mais que tente evitar. Conforme sua performance em campo, outros atletas poderão visualizar o que aconteceu com ele e decidir ser “RB branco”, visto que até mesmo na 1ª Divisão da NCAA é raro ver um. Toby se preparou para uma possível decepção quando a transição universidade/profissional aparecesse e não largou o beisebol em Stanford, esporte que ele é muito bom; foi draftado pela MLB em 2009. Ao terminar a carreira universitária, optou pelo football por ter mais potencial para se tronar um grande jogador, abraçando a bela oportunidade dada pelos Vikings.

As características de Toby dão a ele a missão de correr entre a defesa adversária, enfrentando sem medo os temidos DT´s e LB`s da NFL. Ele fazia isto na NCAA e, apesar de ser em outro nível, encarava fortes jogadores defensivos que hoje estão brilhando na liga. Sua contribuição com o Minnesota será imediata, substituindo Peterson em determinadas ocasiões no decorrer das partidas e sendo uma arma poderosa nas terceiras decidas para poucas jardas.

Com a ausência do RB titular nos primeiros treinamentos da temporada, Gerhart teve mais tempo para desenvolver um aspecto importante que lhe falta: ser efetivo no jogo aéreo. Segundo uma breve avaliação da comissão técnica, este específico detalhe pode ser incluído no jogo do novo RB, o que será trabalhado a partir da próxima sexta quando inicia oficialmente os treinamentos dos Vikings em preparação para a temporada.

Em 2009, Brett Favre e o sistema de ataque dos Vikngs produziram o melhor novato ofensivo da NFL, o receiver Percy Harvin. Mesmo que o veterano QB não volte ao clube, existe a possibilidade de repetir o feito que, levando em consideração o ocorrido, será mais uma realização histórica.



(GL)
Escrito por João da Paz


*Combine: bateria de testes (técnicos, táticos e psicológicos) realizada pela NFL antes de cada draft.

© 1 Minnesota Vikings Media
© 2 Ben Liebenberg / NFL Media

Discutindo a Relação



Que uma coisa fique clara: eles se amam.

Entretanto Ken Williams (à esquerda), diretor de beisebol do Chicago White Sox e Ozzie Guillén (á direita), treinador, brigam, argumentam e debatem constantemente em busca de exigir um do outro o melhor e, logo, elevar o nível de competitividade do clube. Não é mera coincidência: os dois parecem um casal que iniciam um entrave prestes a chegar as vias de fato e romper a união, mas após os ânimos se acalmarem, voltam a ter um bom convívio entendendo que cada um luta para que ambos melhorem progressivamente.

É o amor.

Amor este que vem de tempos longínquos, começando lá em 1986 quando Williams e Guillén atuaram juntos nos White Sox. Foram quatro anos sendo companheiros de profissão, onde se iniciou o relacionamento e as discussões. Sempre quando a imprensa pergunta para Williams ou Guillén sobre rumores de brigas entre os dois, eles simplesmente lembram do passado e dizem que isso é normal, sempre foi desta forma. Assim como ocorreu recentemente.

No começo do mês de Junho deste ano, vazou uma notícia que Ken e Ozzie chegaram a se agredir depois de uma ríspida conversa. Prontamente desmentiram esta informação. Confirmaram que houve sim uma discussão, mas ninguém desferiu socos ou algo parecido. Só que essa discussão não foi uma qualquer. Declaração de Guillén depois do incidente:

Muitas coisas aconteceram, não digo que é falta de comunicação, mas são desacordos que deixam a impressão que nós [ele e Willams] nos odiamos. Bem, eu não tenho ódio de ninguém. Nossa relação é a mesma de tempos atrás? Na verdade não, porque algumas coisas aconteceram nesses desacordos, mas tudo isso faz parte da vida.”

O combo GM / treinador dos Wihte Sox é bastante peculiar. Os dois têm a mesma idade (46) e se conhecem há 24 anos. Williams foi o responsável pela contratação de Guillén em 2004 e o treinador sabe que o ex-companheiro de clube é seu chefe, respeitando assim todas as diretrizes impostas pelo superior. Ken, por sua vez, é atento as dicas e conselhos de Ozzie, criando um respeito mútuo alicerçado no respeito e na ideia de que o foco sempre é realizar o melhor para a franquia. Esta semana, em particular, será interessante, visto que o final da janela de transações se aproxima (dia 31 de Julho) e irá ser criada uma discussão no clube sobre como deve ser a postura no mercado de compra e venda de jogadores.


Williams, diferente de anos anteriores, já predispôs que vai ser um comprador, almejando manter a liderança na Divisão Central da Liga Americana. Guillén quer reforços (é óbvio), porém deixa claro que não deseja se desfazer do futuro do clube para trazer um jogador mais experiente. Prefere manter o atual elenco ao invés de trocar jovens promessas da equipe e/ou divisão de base. Taí mais um assunto que gerará controvérsias.

O que os White Sox precisam é de um rebatedor canhoto, um reliever canhoto e um arremessador titular para a quinta posição na rotação. Existem bons nomes disponíveis, como por exemplo, o canhoto Adam Dunn, 1B do Washington Nationals. O que pode inviabilizar a ida dele para Chicago é a exigência de atletas revelações em troca. Ozzie demonstrou que se o preço do mercado de jogadores não baixar, a tendência é as coisas ficarem como estão e acreditar naqueles que construíram uma boa campanha até o presente momento.

Em Junho, mais precisamente no dia 9, os White Sox estavam 9 jogos e 1/2 atrás do primeiro lugar na Divisão. Hoje o time é líder com 1 jogo a frente do segundo colocado (Minnesota Twins), mesmo vencendo somente 4 partidas em 10 disputadas desde o Jogo das Estrelas. O alerta é que destas seis derrotas, três foram contra os Twins. Ozzie ficou bastante insatisfeito com a série e afirmou: “Se não vencermos os rivais de Divisão, estamos perdidos.”

Os jogos restantes não trazem facilidade. Além de uma série contra o NY Yankees (em casa) e duas contra o Boston Red Sox (fora e em casa), faltam 9 jogos contra os Twins (6 em casa e 3 fora) e 14 jogos contra o Detroit Tigers (6 em casa e 8 fora) time que está em terceiro na Divisão, 2 jogos atrás do Chicago. Estas partidas são de extrema importância, pois definirá o futuro do time de Guillén. Contra os adversários da própria Divisão, os White Sox tem um aproveitamento abaixo dos 50% (17v e 20d), o mesmo acontece contra os times da Divisão Leste da LA (7v e 11d), da qual Yankees e Red Sox fazem parte.

Ken Williams enfrenta o dilema de manter o grupo que, por enquanto, trouxe bons resultados – acreditando assim em Guillén – ; ou modifica algumas peças do elenco reforçando com jogadores de renome para ter forças na acirrada disputa que será a briga pelo primeiro lugar da Divisão Central da LA. Seja qual for a decisão final, ela virá após brigas, argumentos e discussões, tudo visando o melhor para o Chicago White Sox.




(GL)
Escrito por João da Paz



© 1 Jerry Lai

Sim é Sim. Não é Não.


Adepto da sinceridade e honestidade, Mike Holmgren chegou ao Cleveland Browns declarando uma verdadeira e taxativa opinião. O novo presidente da franquia deixou claro em sua primeira entrevista coletiva com o clube que “Não é possível consertar tudo em um ano apenas (Jan/10).” Correto. Porém tem um plano vitorioso em mãos que está sendo executado.

Se Browns não é sinônimo de sucesso, Holmgren é. A esperança dos fanáticos torcedores do Cleveland é que Mike consiga elevar o nível de competitividade do time a mesma proporção que ele fez em Green Bay e em Seattle. Como treinador dos Packers, levou a equipe ao Super Bowl XXXI, primeira final do Green Bay desde a saída do lendário Vince Lombardi. Como treinador do Seahawks, levou a equipe ao Super Bowl XL, primeira final do Seattle na história. O objetivo, mesmo atuando nos bastidores, é levar os Browns à grande decisão, embora só promessas e palavras não bastam.

Holmgren sabe disso. Receberá confiança somente se o time vencer e conseguir causar perigo aos rivais da Divisão Norte da Conferência Americana (Pittsburgh Steelers, Baltimore Ravens e Cincinnati Bengals) uma das mais disputadas em toda a NFL; para atingir um ponto de equilíbrio e colocar Cleveland novamente nos playoffs.

Desde que voltaram à NFL em 1999, os Browns foram para a pós-temporada uma vez (em 2002). Em 2007 o time fez uma bela campanha com 10v e 6d, mas não foi aos playoffs (repescagem) por perder o desempate contra os Ravens. Com exceção destes dois anos, somente em outro que Cleveland não perdeu 10 jogos (9 em 2001). No restante, foram oito temporadas com 10 ou mais derrotas. Estes resultados negativos poderiam trazer um alívio para a franquia, visto que assim o time tem mais condições de pegar jogadores talentosos via draft. Entretanto a diretoria passou por inúmeras transformações ao longo do tempo e os jovens jogadores se perderam no meio do caminho.


Só dois atletas escolhidos na primeira rodada dos últimos onze anos estão no elenco atual dos Browns (Alex Mack, camisa 55, center, escolha 21 de 2009; e Joe Thomas, camisa 73, offensive lineman, escolha 3 de 2007). No período citado foram duas escolhas número 1 e três números 3 – com só um sobrevivente. Isto se deve as constantes mudanças no comando técnico e na falta de um sistema padrão de sustentação de uma equipe. Nestas últimas 11 temporadas, a franquia teve 6 diretores de football (GM) e/ou presidentes operacionais, 4 presidentes e 5 treinadores...

O que Mike vai criar em Cleveland é um padrão de administração, um estilo de montar e estruturar um elenco que perdure por várias temporadas até alcançar a glória e permanecer forte. Holmgren acredita que tudo começa pelo quarterback e uma das primeiras atitudes tomadas assim que assumiu o cargo foi mudar totalmente as peças que ocupavam a posição no time. Independente de qual for o QB titular no jogo contra o Tampa Bay Buccaneers na abertura do campeonato 2010, será o nono QB diferente que jogará o primeiro jogo da equipe em 12 campeonatos.

Esta mudança específica foi necessária e mostra que Holmgren pensa no agora e no futuro. Foram embora Derek Anderson e Brady Quinn; provavelmente o titular será o experiente Jake Delhomme, o reserva dele será Seneca Wallace, jogador draftado por Holmgren quando estava em Seattle e o terceiro QB é Colt McCoy, escolhido na terceira rodada do draft deste ano e será preparado para assumir a posição nas próximas temporadas.

Aliás, no draft 2010, Mike estava insistentemente buscando um QB que fosse a cara da franquia nos anos vindouros. Queria Sam Bradford (escolhido pelo Saint Louis Rams) ou Jimmy Clausen (escolhido pelo Carolina Panthers), mas recebeu conselhos para gastar a sétima escolha numa outra deficiência do time: a secundária. Daí o time pegou o ótimo cornerback de Flórida Joe Haden e McCoy acabou caindo no colo. Apesar de não ser a primeira opção de Holmgren, McCoy agrada e vai passar por um desenvolvimento sob a tutela do cara que lapidou nomes como Joe Montana (foto abaixo, com Mike), Steve Young, Brett Favre e Matt Hasselbeck – ele foi treinador de QB´s do San Francisco 49ers entre 1986-1988; e coordenador ofensivo entre 1989-1991.


Mesmo que os Browns não seja um time vencedor nessas mais recentes temporadas, há uma pressão muito forte para que alguém traga vitórias para a histórica franquia. Cleveland foi quatro vezes campeão da antiga NFL (1950, 54, 55 e 64), porém desde a junção da NFL com a AFL em 1970, formando a moderna NFL, nunca o time chegou na final. Cleveland é um dos quatro times em toda liga que jamais disputou um Super Bowl (os outros são Detroit Lions, Jacksonville Jaguars e Houston Texans). O detalhe é que o sucesso de outrora rende um orgulho para os fãs do clube, que é o quarto maior em jogadores que estão no Hall da Fama: 16 que atuaram somente com os Browns e outros cinco que passaram pelo clube por pelo menos um ano.

Numa entrevista coletiva cedida semana passada, Holmgren comentou esta situação. “Todos os olhos da cidade estão voltados para nós e isto é bom. É uma pressão que nos ajuda a trabalhar mais forte e motiva os treinadores, jogadores e a diretoria. Acredito que nosso time já está melhor do que o do ano passado e agora temos que provar isto dentro de campo. Por isso que estamos aqui, para cumprir o que prometemos e trazer resultados positivos.”

É interessante como uma pessoa pode mudar tudo para melhor com uma atitude simples mas firme, com uma postura rígida e confiante. Mike traz novos ares a Cleveland e busca implementar uma filosofia de trabalho que atraia pessoas e jogadores dispostos a aceitar um arrojado desafio de tornar os Browns relevante em campo e, desta forma, participar da história da tradicional franquia.

Os trabalhos feitos por Mike Holmgren atestam que ele é capaz. Se não fosse possível, ele nem assumiria o risco e deixaria de descansar, aproveitando seus 61 anos de vida. Ao invés de se aposentar de vez, ele encara uma árdua tarefa e diz sim para o novo Browns, alicerçado em um novo pensamento, numa nova cultura, num novo sistema adepto do realismo e das infinitas possibilidades de acreditar num futuro mais promissor.



(GL)
Escrito por João da Paz


© 1 Evan Siegle / Green Bay Press-Gazette
© 2 Chuk Crow / Cleveland Plain-Dealer
© 3 Michael Zagaris / Getty Images

Destaques e Decepções - Ano II (Jogadores)

Destaques




Curiosidade: Desde 1961, apenas quatro Yankees tiveram um aproveitamento com o bastão igual ou acima dos 40% no mês de Abril (mínimo de 50 aparições no home plate): Clete Boyler (1962), Willie Randolph (1976), Paul O´Neill (1994 e 1996) e Robinson Canó (2010).

Ele é o líder da MLB, ente os 2B, em OPS, RBI, .BA e em HR (nesta categoria empatado com Richie Weeks do Milwaukee Brewers). Suas performance no começo da temporada lhe renderam algumas menções de especialistas como MVP da Liga Americana. Os três primeiros meses foram altamente produtivos com um aproveitamento no bastão de 40% em Abril, 33,6% em Maio e 33.3% em Junho.

Julho não está sendo bom, com um .BA de 20%, porém no último domingo, contra o Tampa Bay Rays, Canó teve um dos seus melhores jogos neste mês com 2 RBI e uma rebatida tripla na vitória dos Yankees por 9 a 5.

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Curiosidade: Dia 8 de Abril, contra o Toronto Blue Jays, ele conseguiu 3 strikeouts com apenas 13 arremessos.

Os Rangers estão preparando o garoto dominicano de 22 anos para no futuro colocá-lo como arremessador titular. Enquanto isso ele faz parte do bullpen, o que lhe dá as condições do melhor jovem reliever da MLB. Logo no começo da temporada 2010 ele assumiu o papel de closer, substituindo Frank Francisco. Desde então Feliz teve bons números de resultados defendidos, com destaque para o mês de Maio quando conseguiu 9 defesas de vitórias em 13 oportunidades.

A projeção é que termine o campeonato com um total de 42 defesas, lhe dando a melhor marca em toda a história da MLB para um novato. O recorde atual pertence a Kazuhiro Sasaki, japonês que teve 37 defesas pelo Seattle Mariners em 2000 – ele ganhou o prêmio de MVP novato pela Liga Americana.

Feliz, até 18 de Julho, é o segundo colocado em defesas na LA com 24, atrás de Joakim Soria do Kansas City Royals que tem 25.

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Curiosidade: Hart foi titular do Jogo das Estrelas substituindo Jason Heyward do Atlanta Braves. O Milwaukee não colocou o nome do outfielder na cédula oficial de votação porque ele teve uma péssima pré-temporada, mas os outros jogadores o escolherem para participar do Jogo.

Ultimamente ele está mostrando altas performances ofensivas. Depois de terminar em 6 de Julho uma sequencia de 20 jogos com pelo menos uma rebatida, no dia seguinte ele iniciou outra, que agora esta na marca de 9 partidas. Mesmo desacreditado quando o campeonato começou pela própria comissão técnica dos Brewers, Hart é uma peça visada por outros clubes e deve mudar de time até o final de Julho.

San Diego Padres e San Francisco Giants estão interessados nele, porém a oferta de Milwaukee, por enquanto, tem sido bastante alta, exigindo em troca raros talentos da base de ambas as equipes.


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Decepções




Curiosidade: Ele é o penúltimo colocado na categoria OPS entre todos os rebatedores qualificados da Liga Americana: .590.

OPS é a estatística que concretiza a probabilidade de um jogador chegar às bases. Figgins, no ataque, tem como característica ser um rebatedor leadoff, justamente a posição ocupada por aquele que tem mais qualidade para conseguir uma rebatida, ir para às bases e ser impulsionado ao home plate pelos rebatedores que vem em seguida. Com os Angels ele executava esta função muito bem e os Mariners foram e contrataram o jogador para receber US$ 36 milhões por 4 temporadas. Sua produção está muito aquém do esperado, com 11 rebatidas extras (duplas ou triplas) em 334 aparições com o bastão.

Na defesa Figgins também vai mal. Como desculpa ele pode usar a mudança de posição, pois ele joga agora na 2B enquanto ele era 3B em Los Angeles. Mesmo assim não justifica o tamanho declínio nas atuações dele, em geral, comparando 2009 com 2010.

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Curiosidade: Está a caminho de terminar 2010 com o pior ano da carreira, desde 2001, em HR´s (23*) e a terceira pior marca de RBI no mesmo período (83*) – *números projetados.

Nem contra os Pirates ele está conseguindo rebater. Na mais recente série, em Pittsburgh, Berkman passou dois jogos (na última sexta e sábado) em branco, não conseguindo rebater em cinco aparições com o bastão. Para poupá-lo, os Astros resolveram dar folga para ao 1B na partida de ontem.

Sua baixa produtividade é notória e em entrevista coletiva após um jogo no qual sofreu um strikeout que resultou no término da partida, Berkman usou o sarcasmo para responder porque jogou o bastão no chão com tanta força, num gesto claro de frustração: “Havia uma centopéia andando bem na minha frente e eu não queria que ela fosse morder os fãs ou fazer coisa pior; por isso eu tive que tomar uma atitude e acabar com ela.” disse Lance num típico episódio intitulado Rir Pra Não Chorar.

***



Curiosidade: Ele passou toda pré-temporada fortalecendo seu braço esquerdo (do arremesso). Porém ele foi ao departamento médico do clube 4 vezes neste ano por estresse no ombro – sua mais recente passagem pelo DM se iniciou ontem e durará 15 dias.

O exemplo usado para ilustrar o quanto este campeonato vem sendo péssimo para Kazmir sai do jogo contra o Oakland Athletics dia 10 de Julho, sua mais recente partida como titular. Em 5 entradas ele arremessou 103 vezes e permitiu 13 corridas enfrentando um ataque fraco. Nas suas últimas quatro partidas antes do Jogo das Estrelas, ele teve 0v -4d, permitindo 30 corridas em 19 entradas e 2/3.

A solução para o jogador com salário (2010) de US$ 8 milhões será buscar um substituto na base para a quinta posição na rotação de arremessadores e colocar Kazmir como reliever, até a comissão técnica perceber que ele tem condições de voltar a assumir a titularidade.



(GL)
Escrito por João da Paz


© 1 Ronald Martinez / Getty Images
© 2 Nick Laham / Getty Imges
© 3 Harry How / Getty Images
© 4 Elsa / Getty Images


Leia Mais: Destaques e Decepções - Ano II (Times)

Grão-Mestre


Qual título quer Pat Riley? Já foi campeão como jogador (1 vez), campeão como assistente técnico (1 vez), campeão como treinador (5 vezes); conquistou três troféus de Melhor Treinador do Ano por três times diferentes (Los Angeles Lakers, New York Knicks e Miami Heat) e até emprestou seu nome para um jogo de vídeo game.

O que ele quer?

Mais!

Caso não fosse envolvido com o mundo do basquete, Riley facilmente poderia ser um palestrante motivacional, desses que vão de empresa a congressos levantar a auto estima das pessoas. Esta característica começou a nascer na escola de ensino médio Linton HS em New York onde ele observava seu treinador nas preleções e, após cada dia de exercícios, usar exemplos do cotidiano e aplicá-los no jogo de basquete. Uma das frases que Pat utiliza repetidamente é: “Para se ter sucesso por um longo período, seja como treinador ou em qualquer posição de liderança, é necessário ser obsessivo em várias ocasiões.”

Com 65 anos de idade e uma vida no basquete sem igual, ele pegou esta frase e aplicou quando a possibilidade de fazer história na NBA, novamente, bateu na sua porta. Uma semana após a escolha de LeBron James para jogar em Miami junto com seus amigos Dwyane Wade e Chris Bosh, surgem histórias que este encontro vinha de um planejamento de anos atrás. Ian Thomsen, repórter da revista Sports Illustraded aborda esta questão na edição desta semana, assim como fez o jornalista Brian Windhorst do Plain-Dealer, jornal local de Cleveland, na edição do dia 10 de Julho. Contudo, por mais que tenha existido um pacto entre os três para jogarem juntos, era preciso haver um time e aí entra a ambição de Riley.

O primeiro clube a se movimentar se preparando para o mercado de 2010 foi NY. Passou a vender jogadores, assinar contratos de curta duração com as estrelas do time, abrir espaço na folha salarial... O mesmo foi feito com o Heat, assim que se percebeu a possibilidade de ter um espaço para trazer mais um grande jogador para se juntar com Wade. Logo quando o Miami entrou oficialmente na briga pelos top agentes livres, Pat entrou em cena.

Sua participação foi fundamental para a contratação de Bosh e James. Ele, com sua conversa motivadora e vivência com campeões, atraiu duas super estrelas para seu time, atingindo a meta de uni-los e pagando a eles menos do que receberia em outras propostas. Numa época de contratos absurdos e alter egos descontrolados, juntar um trio como este não é simples.


Porém não deverá ser complicado conseguir domá-los.

Riley é adepto do pensamento que diz: “Talento não é suficiente para trazer vitórias. Nada acontece se não houver união e resolução”. Ele não iria ser tão agressivo em suas decisões ou ousar tanto se o trio não fosse este. Wade, Bosh e James são amigos pessoais de longa data (entraram na NBA no mesmo ano: 2003) e todos eles têm como norte ganhar a NBA, ser campeões.

Aqueles que vão completar o elenco serão cúmplices do mesmo ideal. Muitos terão que abdicar de um salário maior para receber o mínimo possível, pois as franquias da NBA trabalham com um teto salarial e o Heat está próximo de estourar o máximo que se pode alcançar. Entretanto é possível montar um time de qualidade, visto que há jogadores dispostos a receberem menos que em outros clubes para se juntarem aos Super Amigos.

O presidente Riley, aos poucos, vai suprindo as necessidades da equipe – que será comandada por Erik Spoelstra. O quinteto titular precisava de um pivô e o lituano Zydrunas Ilgauskas (ex-Cavaliers) chega para preencher a vaga. O provável time titular fica assim:

C: Zydrunas Ilgauskas
PF: Chris Bosh
SF: LeBron James
SG: Dwyane Wade
PG: Mario Chalmers

Lembrando que Chalmers é um dos mais promissores armadores da associação. Foi titular com o Heat em sua temporada de novato em todos os 82 jogos (2008-09). Ano passado foi titular em 22 dos 73 jogos que atuou, mas deve ser o principal armador do Heat no campeonato 2010-11 – foi o MVP do Final Four da NCAA em 2008, quando sua Universidade Kansas venceu Memphis Tigers, do Derrick Rose e Chris Douglas-Roberts.

Pensando nos reservas, Pat vem moldando uma boa composição para dispor ao seu treinador. Das três escolhas do Draft 2010, duas podem contribuir agora: o pivô Dexter Pittman (Texas) e o ala de força DeSean Butler (West Virginia). A franquia acertou com o ala Udonis Haslem, peça importante no garrafão e com o ala Mike Miller, que ficará responsável por converter arremessos de média e longa distância.

Para agregar habilidade junto com compromisso, Riley declara outra frase de efeito que o acompanha desde os tempos de escola: “Viva para trabalhar, não trabalhe para viver.” A provocação surge quando é colocado na balança o dinheiro ou o triunfo, as riquezas matériais ou a menção permanente na história da NBA. Pat sabe do que fala, porque está no mundo do basquete por muito tempo e seu nome aparece na história em vários momentos.

Voltando para o passado distante, na escola ele duelou com Lew Alcindor em um torneio do estado de New York. Riley era estrela da Linton, enquanto seu adversário era o principal nome da Power Memorial Academy HS. Considerado o melhor jogador do high school americano de todos os tempos, Alcindor depois mudou seu nome para Kareem Abdul-Jabbar e foi integrante do Los Angeles Lakers da década de 80, time comandado por Pat Riley durante 9 temporadas. Além de treinar Kareem, ele tinha como discípulos Magic Johnson, James Worthy... Neste tempo Pat transmitia tudo que aprendeu como jogador (foto abaixo), atuando ao lado de Wilt Chamberlain, Jerry West...


Ele entende muito bem como é estar rodeado de estrelas, de jogadores super talentosos. Obsessivo teimoso, não perdeu a oportunidade de se unir com um dos grandes atletas da NBA. Em 2004 Riley, então diretor de basquete do Heat, foi ousado e trouxe Shaquille O´Neal para Miami. Cedeu para os Lakers Lamar Odom e Caron Butler, mas dois anos depois ganhou o troféu Larry O´Brien mais uma vez.

A franquia Heat completa nesta temporada seu 22º ano na NBA; em 15 deles, Riley esteve presente seja como treinador, diretor, ou presidente. Colocou o time na elite da Conferência Leste, encarou uma temporada na qual a equipe venceu apenas 15 jogos (2007-08) e esteve fora dos playoffs somente em três campeonatos. Agora coloca o time como principal destaque da associação, time que muitos irão odiar com um fervoroso amor.

Se não vencer, o Heat do trio Wade-Bosh-James vai ganhar o rótulo de fracassado pelos invejosos, pelos críticos que vão torcer contra e que em qualquer deslize criarão um factóide para desvirtuar. Com os envolvidos diretamente com o elenco não será assim. Riley gosta de afirmar “O sucesso não pode ser medido somente por altas posições alcançadas ou pela quantidade de dinheiro adquirido, e sim por como você se sente consigo”. Sábio que o melhor foi feito em busca da vitória, Pat Riley fica tranquilo, pois basta olhar para o mundo do basquete atualmente e ver quantas vezes o nome/logo Heat aparece.


(GL)
Escrito por João da Paz



© 1 Diaz / AP
© 2 Marc Serota / Getty Images
© 3 Wen Robertson / Getty Images

Eu + Eu Mesmo


Ochocinco é várias coisas ao mesmo tempo, inclusive jogador da NFL – e dos bons. Foi duas vezes eleito para o melhor time da temporada (2005 e 2006) e participou em seis Pro Bowl (Jogo das Estrelas); especialistas dizem que as performances do jogador poderiam ser melhores se ao menos ele deixasse de lado suas autopromoções e coisas do tipo. Como a tendência é que isto não aconteça, pode se esperar mais entretenimento fora de campo; e quem sabe as boas atuações dentro das quatro linhas permaneçam as mesmas.

Dizer que Ochocinco é de personalidade única é desnecessário. Basta ler o seu sobrenome e fazer a óbvia pergunta: Porque Ochocinco? Em 2006 ele oficialmente deixou de ser Chad Johnson para ser chamado de Chad Ochocinco, fazendo referência (em espanhol) ao número da sua camisa: 85. Esta pode ser considerada uma ótima ação de marketing pessoal, algo que Chad faz muito bem.

Ele já admitiu que se sente solitário ás vezes e estas atitudes de chamar a atenção serve para se distrair. O grande aliado de pessoas com estas características chama-se internet e Ochocinco é um dos atletas profissionais que sabe usar melhor esta ferramenta fantástica que tem o potencial de aproximar cada vez mais os fãs dos astros esportivos.

O microblog Twitter é frequentemente usado, deixando os seus seguidores atualizado sobre tudo que acontece no mundo paralelo chamado “Ochocinco”. O legal de tudo isto é que ele convida pessoas que nunca viu na vida para ir à cinemas, shopping centers, restaurantes... Chad posta uma mensagem do tipo “As 50 primeiras pessoas que se encontrarem comigo em tal lugar vão jantar por minha conta”. Aí encontra seus admiradores, jantam e tiram fotos para postar no Twitpic (abaixo) mostrando que o evento de fato ocorreu – ele faz isto constantemente.


Na semana anterior ao jogo contra os Packers em Green Bay (temporada 2009-10), Chad comentou que, caso marcasse um touchdown, iria realizar o Lambeau Leap, famosa comemoração que jogadores dos Packers fazem quando jogam em casa, indo de encontro aos torcedores que estão próximos a endzone. A questão toda é que Chad iria encarar os fanáticos fãs dos Packers. A solução foi simples: pagou três ingressos para torcedores dos Bengals e, quando marcou o TD, foi correndo em direção deles, fazendo o tradicional salto e cumprindo a promessa.

As inusitadas comemorações de TD fazem parte do currículo de Chad. Algumas são engraçadas, outras nem tanto. Para Roger Goodell, comissário da NFL, todas são de gosto duvidoso e o comandante da liga multa constantemente Ochocinco por exceder nas suas celebrações. Ele já usou um sombrero; um casaco com os dizeres No Hall da Fama em 20??; usou o pilon (peça laranja que demarca as limitações da endzone) como taco de golfe... Se o torcedor acha engraçado, divertido e diferente, a NFL não pensa da mesma forma.

A postura da liga é até compreensiva, pois tenta evitar precedentes, impedindo que outros jogadores façam o mesmo (ou pior). Ochocinco sabe disso e já deixa reservado o dinheiro para quitar as possíveis multas que poderá a vir pagar em uma temporada, doando todo o valor que foi punido para instituições de caridade. A severidade da NFL contra Chad deve ser mantida, por mais que haja pessoas que achem um exagero. Um exemplo de que tudo pode se esperar aconteceu na temporada 2009-10.

Jogando contra o Baltimore Ravens (dia 08 de Novembro), Chad fez uma recepção para 15 jardas, entretanto os juízes da partida estavam vendo o replay do lance de vários ângulos para notar se um dos pés de Chad tocou a linha lateral (o que seria um passe incompleto). Enquanto os árbitros analisavam o vídeo, Chad se aproximou de um deles oferecendo uma nota de um dólar para lhe favorecer. Mesmo sendo em tom de brincadeira, tal atitude não se encaixa no alto padrão que a liga busca obter de todos que fazem parte dela.

Em outra ocasião, ninguém sabia o que aconteceria após ele marcar um touchdown contra o San Diego Charges (dia 20 de Dezembro). O jogo aconteceu na semana que seu melhor amigo no time, o wide recevier Chris Henry, morreu em um acidente de carro. Ochocinco, marcado por Antonio Cromartie (um dos melhores cornebacks da NFL, hoje no New York Jets), recebeu um passe de Carson Palmer, cruzou a endzone e parou... A mente criativa e extrovertida não iria ser exposta naquele instante. Num gesto puro, ele ajoelhou e olhou pro céu. Num gesto puro, ele homenageou seu companheiro que tinha ido, mas que estava presente. Depois do jogo, Chad disse: “Hoje eu joguei com um par extra de mãos, um par extra de pernas e um coração a mais.”


Esta comemoração de TD não lhe rendeu uma multa. Somente mais admiradores.

O que chama atenção é que a personalidade firme e ousada de Ochocinco nunca trouxe problemas fora de campo. As multas que recebe da NFL são por atitudes feitas nos jogos. O que ele faz longe dos capacetes e protetores é uma extensão do seu eu, o que não deixa de ser polêmico e engraçado.

Nesta off-season 2010 ele decidiu aparecer mais, parte da estratégia do seu marketing pessoal. Participou do Dancin With the Stars (Dança dos Famosos) e chegou até a semifinal, fazendo par com a dançarina Cheryl Burke, que já foi campeã duas vezes do programa. Desde o último domingo (dia 11) Chad está com seu próprio reality show no canal VH1, que consiste em uma competição na qual ele irá escolher uma mulher para ser sua namorada (entre 85 inscritas). Na estréia, 17 garotas foram selecionadas entre as 85. Assim que o The Ultimate Catch começou, com as 85 correndo no campo de football em sua direção, ele já criou uma polêmica ao dizer: “Nunca tinha visto tantas meninas correrem em campo desde a última vez que enfrentei o Pittsburgh Steelers.”

Este mais novo reality show, pra variar, é totalmente perdível. Porém, Ochocinco permanece na mídia, criando histórias e sendo manchete na imprensa esportiva ou do entretenimento. Com a compreensão plena dos três principais pontos do marketing pessoal – Visão, Missão e Valores –, ele expõe seu nome ciente das oportunidades e ameaças consequentes (Entendimento de Mercado), sabendo das suas forças e fraquezas (Entendimento das Próprias Características). Chad administra muito bem sua imagem.

No seu mais recente livro “Ocho Cinco”, ele comenta sobre uma provável situação que mostra o quanto ele é visionário “Não sei o que meu contrato diz sobre boxe. Mas eu não ligo, sabe por quê? Porque eu irei ganhar milhões em uma única luta. É sério. Posso arrecadar US$15, US$ 20 milhões facilmente num duelo contra o Floyd Mayweather, por exemplo.”

Não duvide, pois imagina se ele leva realmente a sério isto. O importante, porém, é esta percepção de super estrela que ele tem; o que de fato ele é.

Apesar de que Chad já mencionou que se a NFL entrar em greve ele vai jogar futebol profissional. Em muitas entrevistas ele deixa claro que seu esporte preferido é o soccer. Ochocinco é fã do Ronaldinho, Messi e já demonstrou sua habilidade com a bola no pé na temporada passada. Contra o New England Patriots, o WR converteu um ponto extra na vitória dos Bengals por 7 a 6. Evidente que chutar uma bola oval parada é diferente de controlar uma bola redonda, mas pense o que, por exemplo, aconteceria com a MLS (liga de futebol dos EUA) se Chad fosse para lá... – Bruno, goleiro do Palmeiras, gosta de football e teve um encontro com Ochocinco em 2009, entregando para ele uma camisa do alviverde paulistano.

O 85 dos Bengals tem um poder atrativo enorme e faz questão de desenvolvê-lo, chamando atenção do maior número de pessoas possíveis. Enquanto muitos acham que ele só visa seus interesses, Chad caminha firmemente buscando... seus interesses. Ora, não poderia ser diferente, pois ele está aproveitando ao máximo o que a vida lhe proporciona. Se a inveja e/ou rancor impedem de respeitá-lo, basta entrar na longa fila dos que odeiam “Oitocinco”.

Ele não se preocupa. Vai estar presente quando os treinamentos do Cincinnati começarem no próximo dia 28, em forma e pronto para mais uma temporada. Neste meio tempo ninguém vai assistir o The Ultimate Catch, mas o que importa? Ele está rodeado de 17 belas mulheres* com a “árdua” tarefa de escolher apenas uma.


Durma com um barulho desse!



(GL)
Escrito por João da Paz


© 1 VH1 Media
© 2 Arquivo Pessoal
© 3 Getty Images
*Fotos das participantes do The Ultimate Catch do canal VH1 – com a capa do livro “Ocho Cinco”, Como ele gosta de falar “o sorriso é para os que gostam de mim, os dedos vão para os que me odeiam.”

Destaques e Decepções - Ano II (Times)

Destaques




Curiosidade: Apesar de ter o melhor ERA em toda a MLB, nenhum arremessador – nem da rotação titular, nem do bullpen, foi selecionado para o Jogo das Estrelas. Nota: Heath Bell, closer, vai participar do evento como substituto de Yovani Gallardo (Milwaukee Brewers).

O clube tem uma folha salarial de US$ 38 milhões/ano – só maior que a do Pittsburgh Pirates – e, mesmo assim, é o líder da Divisão Oeste da Liga Nacional nesta metade de temporada. A dúvida que surge é se as apostas em jogadores das ligas de base (minors) serão suficientes para colocar o time de volta aos playoffs.

Mat Latos (10v – 4d, 2.45 ERA) vai ganhar um longo descanso após esta parada para o Jogo das Estrelas. O arremessador novato é uma das armas dos Padres para impulsionar o time à pós-temporada e está num ritmo de um jogador mais experiente, podendo chegar a 200 entradas arremessadas até o final do campeonato. Por isso, para poupá-lo, ele deve voltar a campo só no dia 27 de Julho contra os Pirates. Adrian Gonzalez, 1B, é outro destaque individual da equipe, produzindo bons números ofensivos jogando a maioria das partidas num estádio que favorece os arremessadores (Petco Park). Os 30 % de aproveitamento com o bastão, 18 home runs e 56 RBI fazem com que seu nome seja cotado para o prêmio de MVP da LN.

Vale ressaltar que os Padres têm o melhor saldo de corridas da LN, com +72.


***




Curiosidade: Hoje o time é competitivo, uma meta traçada em 2007 pela diretoria da franquia. Nolan Ryan, presidente, disse em Janeiro que se o time ficar fora dos playoffs será uma decepção.

Antes da chagada de Cliff Lee, a rotação de arremessadores já era boa. Porém precisava de um reforço para permanecer firme na briga do primeiro lugar da Divisão Oeste da Liga Americana e Lee é justamente a peça ideal. O foco principal da equipe é ficar à frente do rival Los Angeles Angels e ganhar a divisão, indo para pós-temporada pela primeira vez desde 1999. Lee foi escalado como terceiro na rotação da próxima série (contra o Boston Red Sox) numa estratégia para que ele arremesse na primeira partida da série contra os Angels a partir do dia 22 de Julho em Arlington, Texas.

O ataque é forte, contando com uma temporada excepcional de Josh Hamilton (.346 BA, 22 HR´s) e Vladimir Guerreiro (75 RBI). O jogo ofensivo ainda conta com bons números de Ian Kinsler, Nelson Cruz e Michael Young.

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Curiosidade: Na série contra o Philadelphia Phillies (dia 25, 26 e 27 de Maio), os Mets não cederam corrida em nenhum dos jogos (8 a 0, 5 a 0 e 3 a 0), sendo a primeira vez desde 1969 que NY termina uma série sem sofrer ponto.

Julho não começou bem para os Mets. Foram 10 jogos e 6 derrotas. Empatou uma série com o Washington Nationals e perdeu uma, em casa, para o Atlanta Braves (2 jogos a 1). Embora o importante seja que a equipe está em segundo lugar na Divisão Leste da Liga Nacional e na frente dos Phillies por ½ jogo – e atrás dos Braves, primeiro colocado, por 4 jogos.

Conhecido recentemente por ser vítima de colapsos em Setembro (2007 e 2008) que mancharam boas campanhas construídas, NY luta para reverter este prognóstico e se manter firme até o final na disputa pelo título desta dificílima divisão. O grande teste virá em Agosto a partir do dia 2 quando o time vai para a estrada jogar uma série de três jogos contra os Braves em Atlanta e logo em seguida três jogos contra os Phillies em Philadelphia. Os resultados nestes confrontos diretos poderão projetar como irá terminar a colocação na divisão.

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Decepções




Curiosidade: Um dos diretores do clube deixou transparecer a frustração em relação à péssima campanha deste campeonato quando o time recebeu o Kansas City Royals (dia 5, 6 e 7 de Julho). Inconformado disse: “Não é possível que eles [Roylas] tenham mais vitórias que nós” Registro rápido: KC venceu os três jogos desta série em Seattle...

A temporada 2010 começou cheia de esperança (leia: O Grande Desafio), mas com a metade da temporada disputada, os Mariners estão 15 jogos (!) atrás do primeiro colocado da Divisão Oeste da Liga Americana (Texas Rangers). A troca de Cliff Lee para o rival mostra que o time se entregou e vai se concentrar para o próximo campeonato, pegando na transação bons jogadores das minors do Texas, reforçando mais o sistema de jovens atletas do clube.

A baixa produtividade do ataque permanece a mesma de temporadas anteriores. A equipe, em toda a MLB, é a antepenúltima em aproveitamento com o bastão e em home runs; e a penúltima em RBI e rebatidas.

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Curiosidade: Contra os rivais de divisão na briga pelo título, os Giants venceram apenas uma série: contra o Colorado Rockies nos dias 30 de Abril e 1º e 2 de Maio (2 jogos a 1).

Expandindo mais este dado citado acima, contra o Los Angeles Dodgers, Padres e Rockies, times que estão concorrendo ao título da Divisão Oeste da Liga Nacional, os Giants jogaram 23 vezes e perderam 18 partidas. Por mais que San Francsico esteja apenas 4 jogos atrás do primeiro colocado (Padres), é preciso vencer mais confrontos diretos para almejar uma vaga na pós-temporada.

O time é alicerçado pela ótima rotação de arremessadores, tendo recentes aparições qualitativas do jovem Madison Bumgarner de 20 anos. Outro garoto, mas no lado ofensivo, que está produzindo bons números é Buster Posey. Após a troca do catcher titular Bengie Molina para os Rangers, Posey assumiu a posição (jogava na 1B) e sua performance no ataque deu um salto. Nos 11 jogos depois da transação, foram 15 RBI, 6 HR´s com 50% de aproveitamento com o bastão.

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Curiosidade: Se a MLB fosse um campeonato sem divisões ou ligas, os D´Backs estariam na frente só dos Pirates e do Baltimore Orioles.

Insatisfeito com o resultado em campo da sua equipe, o dono Kris Kendrick não titubeou e demitiu o diretor de beisebol Josh Byrnes e o treinador AJ Finch – por ter um contrato com duração de cinco anos, Byrnes estará na folha salarial da franquia nas próximas temporadas.

A decisão surgiu no desespero e criou outro problema. A intenção é das melhores, tentar mudar o modus operandi em campo, porém tal mudança drástica no meio da temporada traz insegurança, principalmente para os jogadores que podem continuar rendendo abaixo do esperado pela falta de confiança depositada no elenco; e naqueles que formaram e equipe e a comandavam.

Não é por menos que a diretoria planeja negociar, até o final da janela de transferências, dez jogadores entre eles Dan Haren (arremessador), Brandon Webb (arremessador), Adam LaRoche (1B), Edwin Jackson (arremessador) e Mark Reynolds (3B) – todos estes são titulares.



(GL)
Escrito por João da Paz


*Todos os logos aqui apresentados pertencem a suas respectivas equipes

Leia Mais: Destaques e Decepcões – Ano II (Jogadores)

Ingênuo, Porém Com Um Propósito


Pete Carroll acredita.

Crê que pode ser vitorioso na NFL. Crê que seu método de treinar traz resultados positivos – dentro e fora de campo. Crê que ser autêntico faz toda a diferença.

Paul Allen, dono do Seattle Seahawks, acredita em Carroll. Por isso ele não será apenas o treinador do clube nas próximas três temporadas, mas também o Vice-Presidente da franquia. Espera-se, assim, que ele traga uma nova mentalidade para a equipe, um rejuvenescimento de idéias e conceitos.

Os cabelos brancos não representam uma velhice rabugenta. Carroll é um jovem de 58 anos e vive sonhando a cada hora marcada pelo relógio, ciente de que coisas boas sempre aconteceram no amanhã, embora seja necessário confiar no hoje. Após ser demitido do New England Patriots em 1999, o treinador viu com otimismo sua saída da NFL após 15 anos. Sentia que o destino lhe daria algo bom.

Ao final do ano 2000, Carroll acertou com a Universidade do Sul da Califórnia (USC) e completado nove anos de trabalho, uma dinastia foi criada – e vários talentos foram entregues à liga como Mark Sanchez (QB), Troy Polamalu (S), Carson Palmer (QB), Reggie Bush (RB), Brian Cushing (LB) entre outros.

O mesmo motivo que o tirou da NFL o fez ter êxito na NCAA.

Pete trabalha diferente do padrão. Dificilmente grita ou dá bronca. Quando vê alguma coisa errada nos treinos e/ou jogos prefere conversar com o jogador particularmente, explicando porque equívocos não podem ser cometidos e as consequências que erros causam. É uma espécie de motivador, um cara que contagia quem está ao seu redor e trata todos seus subordinados igualmente. Este é seu estilo.

Na NFL ele aprendeu os detalhes técnicos e táticos do esporte enquanto fazia parte da comissão técnica defensiva do Buffalo Bills (1984) e Minnesota Vikings (1985 até 1989). Foi coordenador da defesa do New York Jets de 1990 até 1993 e do San Francisco 49ers de 1995 até 1996. Mas quando assumiu o comando de um time, não deu certo.

Foi treinador dos Jets por uma única temporada: 1994. Com os Patriots foram três campeonatos (1997 até 1999). Seu aproveitamento como técnico é acima dos 50% (33v e 31d), conseguindo levar os Patriots para dois playoffs. Apesar disto, sua passagem pela NFL é considerada um fracasso.

Ele não gosta de ouvir que seu trabalho na liga foi um fracasso – como costumam rotular. Colocando termos justificáveis de lado, os anos como treinador na NFL foram marcados por um relacionamento com os jogadores profissionais não condizente. Quando se trata de adultos milionários, conversas de canto e frases de efeito tendem a não funcionar.


Com os Patriots, os atletas boicotaram instruções de Carroll. Quem testemunha isto é Tedy Bruschi, linebacker do time de 1996 até 2008 – hoje ele é comentarista da ESPN. Assim que Bill Belichick assumiu depois da demissão de Carroll, os mesmos jogadores que faziam corpo mole e desdenhavam ordens de Pete, passaram a ser profissionais dedicados com Bill.

Na entrevista coletiva de apresentação à mídia de Seattle, Carroll fez questão de se posicionar contra esta idéia de que jogadores da NFL têm que ser tratados com rispidez e autoritarismo. Ele afirma não ver diferença entre jogadores profissionais e universitários: “[os primeiros] são mais velhos e tem mais dinheiro. Só isso”.

Exatamente!

São mais maduros e mais experientes, ou seja: o relacionamento precisa ser outro. A margem de erro é extremamente limitada e não há muito espaço para discursos positivistas e papos na lateral de campo como se tivesse conversando com uma criança. Funcionou na NCAA, mas a probabilidade de funcionar no profissional é pequena.

Embora assim seja Carroll – pode chamá-lo de ingênuo. Ele acredita que sua metodologia é eficiente para criar times vencedores. Os Seahawks apostam nele e pediram que nada fosse mudado em relação ao seu estilo, querem a personalidade jovial demonstrada nos últimos nova anos em USC presente em Seattle. Isto é o que chamam de voto de confiança.

Por colocar Carroll como Vice-Presidente, Allen quer mudar a cara da franquia fora de campo. Em uma pesquisa extensiva feita pela ESPN, o clube ficou em 18º na categoria “Relação com os Torcedores”. Pete será encarregado de mudar este cenário e aproximar a equipe dos fãs. Um dos primeiros passos é reestruturar o elenco que nos últimos dois campeonatos venceu 9 jogos e perdeu 23. Desde que assumiu o cargo no dia 11 de Janeiro deste ano, Carroll conduziu 40 transações envolvendo 95 jogadores.

Além de vitórias, ser participativo na comunidade traz os torcedores para mais perto. Em Los Angeles, cidade onde fica o campus da USC, Carroll fazia um trabalho ativo e envolvente com os angelinos. Entre tantas ações, uma testifica acerca da ingenuidade intrínseca em Pete. A calada da madrugada vinha e ele saia às ruas para se encontrar com membros de gangues. O objetivo era conversar com os jovens inseridos no mundo do crime, mostrar-lhes que a grave violência urbana poderia ser cessada e que tudo depende somente deles. Utopia? Sim e não ao mesmo tempo, pois por mais que o pensamento comum indique que esta forma de encarar a violência seja infrutífera, a polícia de Los Angeles está aí para confirmar que a abordagem de Carroll trouxe resultados positivos.


A motivação move Pete para ir de encontro ao problema e resolvê-lo. A motivação move Pete em busca de um convívio mais harmonioso e sem atritos. O objetivo dele é fazer algo para melhorar o ambiente ao seu redor e, por consequência, tornando a si mesmo melhor, tornando o próximo melhor.

Essas idéias e pensamentos de Carroll são registradas em papéis e seu quarto livro está para ser lançado. “Win Forever: Live, Work and Play Like a Champion” (tr. Vença Sempre: Viva, Trabalhe e Jogue como um Campeão) chegará às livrarias dos EUA (inclusive nas virtuais) no próximo dia 13. Será mais uma peça sobre motivação esportiva aplicada no cotidiano de qualquer pessoa que se identifique.

Ele gosta muito de livros e seu preferido é “O Alquimista” do Paulo Coelho. Não poderia ser diferente, já que a personagem central do conto (Santiago) é um ingênuo sonhador, mas com um desejo insaciável de encontrar um tesouro e ele não desiste até achá-lo.



(GL)


© 1 Seahawks Media
© 2 Orange County Register Media

Enigma


Quem prevalecerá?

O jogador que teve o pior mês de Abril em sua carreira com 4 RBI´s, 1 HR e aproveitamento de 14.3%?

O jogador que teve o melhor mês de Maio em sua carreira com 27 RBI´s, 10 HR´s e um aproveitamento de 36.3% ?- recebeu o prêmio de Jogador do Mês da Liga Americana

Ou o jogador que teve um mês de Junho equilibrado com 22 RBI´s, 6 HR´s e um aproveitamento de 23.8%?

O responsável por todas esses dados acima é David Ortiz, rebatedor designado (DH) do Boston Red Sox, que vivenciou nestes três primeiros meses da temporada 2010 altos e baixos extremos, partindo de um total fracasso para um dos mais produtivos DH. A recente série contra o Baltimore Orioles é um exemplo de como suas atuações tem sido contrastantes. Ele foi fantástico no jogo de sábado (dia 3 de Julho) rebatendo 3 vezes em 4 oportunidades, enquanto no domingo (dia 4) ele passou em branco em 4 oportunidades com 3 strikeouts.

Será culpa dos esteróides? Teriam eles efeitos tão drásticos em um espaço de tempo curto? Ou seriam apenas performances naturais com erros e acertos que acontecem com qualquer outro? Até poderia ser a última opção, mas a notícia de que ele é um dos 100 jogadores que está na lista de dopados do ano de 2003 mancha sua carreira. Logo que o jornal The New York Times, em Julho do ano passado, publicou matéria mencionando o nome de Ortiz na lista (juntamente com o então companheiro de clube, Manny Ramirez), surgiram números e estatísticas que mostravam um crescimento das atuações em campo a partir de 2003.

Bem, em 2003 ele teve 31 HR´s e foram aumentando nas temporadas subsequentes até chegar a marca mais alta em 2006 de 54 HR´s. Depois ouve um declínio até chegar em 28 HR´s em 2009. Em 68 jogos na temporada 2010, Ortiz tem 17 HR´s. Se mantiver o ritmo, termina o campeonato com 37 HR´s – o que seria para ele a melhor marca nos últimos quatro anos.

Na verdade, o número de HR´s pode ser maior, pois Ortiz tende a ter uma segunda metade de temporada melhor que a primeira. Desde que chegou em Boston, ele sempre teve um OPS (estatística que mede a capacidade do jogador de rebater com força e chegar às bases) maior depois do Jogo das Estrelas do que antes. Porventura, será culpa dos esteróides?


Não dá para acobertar o que aconteceu em 2003, são fatos de outra história. Agora, por mais que ele tenha tomado, na ocasião, uma substância que aumente sua força com o bastão, a mesma não lhe dá habilidade para rebater a bola com qualidade por tanto tempo. David traz esta característica consigo e de fato, se seu tempo de comemorar vários HR´s faz parte do passado, ele continua produzindo com qualidade e é uma peça importante no ataque dos Red Sox. Atualmente ele está com 54 RBI´s e pode terminar a temporada com 118 – seria a quarta melhor marca em 13 anos na MLB.

Em Abril deste ano, contudo, ele enfrentou uma situação complicada. Foi preterido em muitas ocasiões por exatamente ter o pior início de campeonato da carreira. Alvo de críticas ferrenhas da imprensa e de torcedores, Ortiz respondia furioso que não levava em consideração opiniões de pessoas que nunca jogaram beisebol. Não enxergava que a realidade era outra.

Terry Francona, treinador do Boston, conhece do riscado e assumiu responsabilidades em relação ao seu DH. Devido ao baixo aproveitamento, o comandante o colocou em sexto na linha de rebatedores. Em algumas ocasiões, Francona descansava Ortiz contra arremessadores canhotos ou o substituía nas últimas entradas dos jogos em que um canhoto era o adversário. A situação foi extrema contra o Toronto Blue Jays no dia 27 de Abril. Boston estava com as bases lotadas e o jogo empatado em 1 a 1 na oitava entrada. Ortiz ia para o bastão quando Francona o substituiu por outro rebatedor (no caso, Mike Lowell). Para um cara que é especialista em rebatidas e RBI´s, sair de uma partidas nestas circunstâncias trouxe um sinal de alerta.

Aí veio Maio e tudo mudou. Ortiz passou a rebater com eficiência e voltou a uma posição relevante no ataque: número três. Até a possibilidade de trocá-lo ou não renovar seu contrato, que termina ao final desta temporada, deixou de ser mencionada em Boston. Tudo dependerá de como serão os próximos meses e de qual Ortiz aparecerá: o pior, o melhor ou o equilibrado.



(GL)


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Gisele Bündchen & Tom Brady


Mulheres odeiam Gisele. Homens amam Gisele.

Homens odeiam Tom Brady. Mulheres amam Tom Brady.

O belo casal milionário incita paradoxos curiosos e provocações que se encontram na personalidade de ambos. Charmosos, ricos, famosos e bem sucedidos em suas respectivas carreiras, Gisele e Tom unificam valores e sentimentos diferenciados e por terem uma vida pública bem conhecida, acabam se tornando próximos dos seus fãs que se sentem íntimos mesmo estando distantes, barrados pela privacidade imposta.

Veja que estranho: “privacidade imposta”. Porém é assim, e tanto quanto Gisele e Tom estão acostumados a passar o dia exigindo algo de direito e que todos devem ter. Pode parecer incrível, mas mesmo com os paparazzi sempre conseguindo um flash clandestino e uma confusão entre eles e o casal surgirem, Gisele e Tom conseguem ter um momento mais reservado.

Também pudera, se não fosse na celebração sagrada do casamento, quando seria? O mundo das celebridades é repleto de casamentos pomposos e luxuosos, cheio de convidados... Até a imprensa aparece para tirar fotos e registrar o momento único; de fato, pois tais vínculos duram pouco. Gisele e Tom celebraram sua união de uma forma bem recatada duas vezes, uma só com os pais de cada um, outra com poucos familiares.

O primeiro aconteceu em Santa Mônica, cidade do estado da Califórnia, em Fevereiro de 2009. Estavam presentes Seu Valdir e Dona Vânia, pai e mãe da Gisele; Tom Sr. e Galynn, pai e mãe de Tom; e John Edward, filho de Brady com a atriz Bridget Moynahan. Casaram-se numa igreja católica da cidade.

O segundo em Abril de 2009 foi mais uma festa que aconteceu na casa deles em Costa Rica. Cerca de 40 pessoas foram convidadas; só familiares. Ninguém da NFL presente. Ninguém do mundo da moda presente.

Alvos de setas invejosas e laços de amor, Gisele e Tom compartilham sentimentos opostos. Homens admiram a beleza da brasileira na mesma proporção que mulheres torcem o nariz pela exuberância da modelo mais famosa do mundo: “É tudo marketing (ou photoshop)!” dizem por aí. Mulheres admiram a beleza do americano na mesma proporção que homens torcem o nariz pelo sucesso que um dos melhores jogadores da NFL desfruta: “Ele não tem talento, conseguiu tudo nas costas do time (e é cheio de frescura)!” dizem por aí.

Parece que existe uma força que impede nós seres humanos de admitir que alguém é O (A) melhor simplesmente por ser O (A) melhor. Sempre vai ter uma pessoa pronta para destilar o veneno letal da falta de humildade e que irá proferir palavras prontas para denegrir o próximo que, a propósito, não está agindo com má fé, só está fazendo o que gosta, fazendo sucesso e fazendo dinheiro.

Eles vão administrar com cuidado os bens que possuem para que seu filho, Benjamin, tenha um crescimento saudável. O nome do bebê, aliás, surgiu para que ele não sofresse complicações quando estivesse nos EUA ou no Brasil. Gisele e Tom acirraram uma feroz disputa para acertar na pronúncia certa do nome que deveria se encaixar bem tanto na língua inglesa quanto na portuguesa. Benjamin foi a escolha ideal e o significado do nome indica com exatidão o que ele representa: filho da felicidade.

O jovem casal – ela tem 29 anos e ele 32 – terá um cotidiano diferente pela frente com o mais novo membro da família a bordo. A casa na Costa Rica é a de férias, a residência oficial é em Boston, próxima as instalações do New England Patriots e eles estão construindo uma casa em Los Angeles para ficar mais próximo de John, pois lá é onde mora Bridget. Gisele viaja bastante a trabalho e Tom precisa se dedicar muito ao estudo do jogo, principalmente durante o campeonato. Eles vão dá um jeito de se encontrar e manter forte a chama do amor. Basta não surgir o assunto dinheiro, porque Tom pode ficar desconfortável já que Gisele é quem fatura mais “verdinhas” na casa; e também moda não deve ser um tema abordado, Tom não gosta que ninguém escolha roupas para ele vestir...

Futuros (?) desentendimentos à parte, Gisele e Tom tem muitas coisas em comum e vão se dar bem por entenderam o que é profissionalismo.

***



Olivia Palito.

Este não era o personagem de desenho animado preferido da Gisele: era seu apelido quando criança. Era mais alta que as colegas, mais magra... Contudo tinha um sonho e encarou com toda dedicação, punhos cerrados e olhar confiante.

Tem seis irmãs – é gêmea com Patrícia. Criada no interior do Rio Grande do Sul, na pequena cidade de Horizontina, Gisele cresceu do seu jeito, se divertindo sempre e esbanjando carisma. Na adolescência, ela foi em busca de realizar o desejo maior que tinha no coração. Concentrada, nada impediria de alcançar a profissão modelo. Desde cedo ela encarava poses para fotos como trabalho e se dedicava igual a uma profissional pronta para entrar em ação. Aos 14 anos surge a primeira capa de revista. Capricho teve a honra de apresentá-la ao mundo, porém poucos trabalhos surgiram na sequencia criando um sentimento de frustração. Inabalável, Gisele seguiu em frente, mesmo com críticos afirmando que ela não tinha “perfil de capa de revista” por ter um nariz grande.

Pois bem, antes de completar 18 anos, ela (com seu grande nariz), abria desfiles da grife Dolce & Gabanna em Milão, Itália. Ao atingir a maioridade, seu “grande nariz” lhe rendeu seu primeiro milhão de dólares.

Em 2009, mesmo grávida durante nove meses, ela foi a modelo que mais faturou – segundo a revista Forbes. Os trabalhos com True Religion, London Fog, Dolce & Gabanna e com a Ipanema by Gisele renderam US$ 25 milhões; a segunda colocada, Heidi Klum, ganhou US$ 16 milhões.

Seis semanas após o nascimento de Benjamin, Gisele já estava trabalhando. Seu cuidado com a gravidez a permitiu lavar louça no dia seguinte depois de dar à luz. Até o oitavo mês de gestação ela praticava Kung-Fu e Yoga, exercícios que ajudavam o bebê e a ela. – com uma alimentação saudável, Gisele ganhou apenas 13 quilos. O parto foi natural ao extremo. Logicamente nada de cirurgia para não deixar marcas no corpo, nada de anestesia; ela queria sentir a dor. Sentada numa banheira com a parteira do lado e oito horas depois do inicio do trabalho, veio o bebê. Dor? Nada disto. Passou longe.

Os flashes já voltaram a sua rotina e seus projetos paralelos voltam a ganhar força. Duas florestas, uma na Bahia e outra em São Paulo, são financiadas por Gisele como parte do programa de reconstrução da Mata Atlântica. Em cada uma delas estão sendo replantadas 25.500 árvores de 100 espécies diferentes e a primeira muda foi posta por Gisele em 2008. Ela tem um engajamento ambiental forte e consistente. Sua imagem foi um pouco arranhada em 2002 ao posar com um casaco feito com pele de animal, fruto de ingenuidade e inocência (tinha 21 anos). Após o episódio ela aprendeu o impacto que causa e agora utiliza sua fama para ensinar algo. Fez inúmeras doações para projetos sociais, ajudando o programa Fome Zero aqui no Brasil e cedendo 1 milhão e 500 mil dólares à Cruz Vermelha em prol das vítimas do terremoto que devastou o Haiti em 2010.

Quem disse que ele não ouve os críticos. O protesto da ONG PETA (em português: Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) em 2002 lhe serviu como um alerta sobre a representatividade do personagem chamado Gisele Bündchen. Pontos para ela que soube reverter o quadro e tomar uma atitude pró-ativa. Se alguém acha que ela poderia fazer muito mais, que pelo menos faça um pouco para ajudar o meio-ambiente, ONG´s ou projetos governamentais antes de falar qualquer bobagem.

Seu trabalho está disponível a todos que queiram ver e admirá-la; ou criticá-la. A reação do fãs não é sentida imediatamente, mas um dia ela notou o quanto as pessoas são atraídas por sua beleza: estava passando de carro por uma das ruas mais movimentadas de New York, quando se depara com um gigantesco outdoor – 10 metros de altura. Quem passava por lá diminuía o passo, parava, observava, tirava uma foto e continuava a caminhada. O detalhe é que ela estava na foto só de calcinha, sutiã e cinta-liga.

Gisele não se sentiu “a tal”, “a boazuda”: ela ficou envergonhada...

A próxima ação dela é divulgar entre as mulheres um simples produto que todas usam independente da classe social: creme para o rosto. Gisele criou um produto natural e que pode ser utilizado diariamente. A linha contém cremes para o dia, para a noite e máscaras para o rosto. Através deste produto ela quer passar uma mensagem que vem embutida na marca: Sejaa. O “a” extra no final, segundo Gisele, é inspirado nas técnicas usadas no Yoga para liberação de energia. Ela quer transpor a utilidade de um creme de beleza para a manutenção de um rosto limpo e tocar o interior daquelas que pegarem no pote pela manhã e ver escrito nele uma dica de como agir no dia que estar por vir.

Sejaa!


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Pergunta: Por que Tom Brady não é considerado o melhor jogador de football da história? Se não o melhor, pelo menos deve ser considerado entre os tops.

Realmente é esquisito fazer uma lista com Jim Brown, Joe Montana, Jerry Rice, Walter Payton e encontrar o nome Tom Brady. Pode soar estranho, mas o atual QB dos Patriots fez por onde para ter o direito de receber uma menção honrosa deste nível.

Um simples exercício de recordação leva ao entendimento moderado do papel histórico que Tom cumpriu em 11 temporadas atuando na NFL – ainda vem mais pela frente. Conseguiu a invencibilidade com os Patriots na temporada 2007 e foi o MVP do campeonato; tem três títulos do Super Bowl (2002, 2004 e 2005) e dois troféus de MVP nas finais de 2002 e 2004. Possui os seguintes recordes na NFL: maior quantidade de passes para touchdown numa temporada regular (50); maior número de vitórias em playoffs (10); maior número de vitórias em prorrogações sem perder um jogo (7)... São várias as marcas dele, números que testificam o seu talento em campo. Das demais façanhas, duas merecem um detalhamento.

Em 2007, New England entrou na pós-temporada enfrentando uma enorme pressão com a possibilidade de ser campeão invicto. No primeiro jogo dos playoffs contra o Jacksonville Jaguars, Brady fez uma partida beirando a perfeição, completando 92.9% dos passes tentados (26 de 28), a melhor marca da liga em playoffs ou temporada regular.

No ano passado, retornando de uma cirurgia no joelho esquerdo que o tirou da temporada 2008, Brady fez algo incrível na semana 6 do campeonato contra o Tennessee Titans. Com o Foxboro Stadium (estádio dos Patriots) coberto de neve, Tom converteu 5 passes para TD somente no segundo quarto, estabelecendo um novo recorde na NFL de passes para TD em um quarto.

Brady teve um 2009 especial: casou, viu o nascimento do seu segundo filho... Na parte profissional, ele percebeu que ainda tem muita coisa para mostrar na liga, mesmo tendo atuações dúbias e uma cirurgia no currículo. Contando todos os problemas que o QB encarou, chega-se ao ponto de considerar a temporada 2009 um sucesso. Apesar dos pesares, Brady registrou importantes números: as 4398 jardas é a sua segunda melhor marca, só perde para as 4806 de 2007; o 65.7% de passes completos é a sua segunda melhor marca, só perde para o 68.9% de 2007; os 28 passes para TD é a sua segunda melhor marca empatando com 2004 e 2002, só perde para os 50 passes para TD de 2007.

As performances do campeonato passado fizeram a franquia repensar como será o futuro dele no clube. O contrato de seis anos firmado em 2005 se encerra ao final desta temporada e as conversas para uma renovação já se iniciaram. Executivos de outros clubes nem mostram interesse no QB, não porque o querem longe, mas há uma enorme chance dele acertar com os Patriots e encerrar a carreira por lá. Caso seja diferente, um rebuliço vai acontecer na liga, na certeza que algum distúrbio afeta quem comanda o New England.

Tom começou a carreira numa circunstância comum para o jovem jogador: reserva-do reserva-do reserva; na temporada de novato Brady era o 4º QB do elenco. Quando estava na universidade de Michigan ele também era reserva, Entretanto, da mesma forma que ao assumir a titularidade em Michigan ele mostrou qualidade, aconteceu igual com os Patriots. Ao ser o responsável por comandar o ataque da equipe em 2001, substituindo o QB Drew Bledsoe, Brady foi campeão do Super Bowl, o primeiro título da franquia – que então tinha 41 anos de existência. O restante é notícia...

Em nenhum instante Brady se deixou abater pela decepção de ser escolhido na sexta rodada do draft de 2000 (199ª escolha) e ser deixado de lado. Ele é um cara de personalidade e agia contrariamente ao esperado: lutava ao invés de se entregar. Na situação que ele passou, era cômodo culpar quem quer que fosse por estar naquele desconfortável estado, mas aí perderia tempo chorando e murmurando, tempo este que poderia ser usado sabiamente. E foi isto que ele fez, usando o tempo livre para estudar o jogo, se aprimorar tecnicamente e taticamente e mostrar a comissão técnica que era digno de uma oportunidade. Ela veio ao seu encontro e Brady não a desperdiçou.

Este pensamento lhe ajudou para superar a lesão em seu joelho esquerdo. A armadilha do cansaço ficou bem à sua frente. Ao seu dispor estava a escolha de relaxar e desistir ou batalhar e seguir à diante. Optou pela última, pois seria um obstáculo a mais para ser superado. Os números de 2009 estão aí para provar que ele está bem; muito bem.

Nada vem por acaso. Uma frase batida que tem seu valor. Se o odeiam, estão lhe fazendo um favor, colocando mais lenha no fogo que move Brady à procura da plenitude. No meio do caminho vêm as falhas, aparece os defeitos e brotam os erros, mas ele tem uma mente boa capaz de captar tudo isso e extrair o mais conveniente. Para ajudá-lo, agora há o “filho da felicidade” na sua vida e uma mulher em casa para trazer conforto, carinho e afeto.

Nada para se pré-ocupar. Os dois já enfrentaram lutas parecidas, passaram por caminhos similares... Eles se entendem.



(GL)


© 1 Lucas Jackson / Reuters
*Todas capas de revistas aqui apresentadas pertencem as suas respectivas publicações