Marie Claire e a NFL para mulheres


Na busca anual por publicações sobre guias da NFL, que acontece todo mês de Setembro, uma revista me chamou a atenção, formando um combo bem eclético: Sports Illustraded (revista esportiva), GQ (revista masculina) e Marie Claire (revista feminina). Sim, a Marie Claire (MC) é quem causou surpresa, pois se espera que as duas primeiras tragam algo sobre a NFL no mês de estreia da temporada.

A inserção da NFL na Marie Claire é a constatação de um novo mercado que a maior liga esportiva do mundo foca há quatro anos. Mas agora em 2013 a ação propagandista atingiu um patamar elevadíssimo, ganhando a colaboração do corpo editorial da MC.

Em meio ao calhamaço de 460 páginas (246 só de propagandas), a maior edição em toda a história da Marie Claire americana, está um encarte de 16 páginas exclusivas sobre a NFL, todo ele escrito pela redação da revista, em parceria com uma campanha de marketing agressiva da NFL.

É bem interessante e curioso esse material produzido pela MC. Na capa do especial, por exemplo, está a Minka Kelly, atriz reconhecida pelo seu trabalho na série Friday Night Lights. Ela fazia o papel de cheerleader de uma escola de ensino médio do estado do Texas, um dos locais nos Estados Unidos mais apaixonados por football. Dentro do encarte há matérias desde as funções de um jogador em campo até as músicas ideais de se ouvir na preparação para uma partida; passando pelas dicas de como montar um time forte nas ligas de fantasia.

Entretanto uma revista de moda sem conselhos fashion não faz jus ao rótulo. Sendo assim esse especial da MC valoriza as novas roupas temáticas da NFL desenhadas exclusivamente para as mulheres – todos produtos licenciados, diga-se. Com a campanha “Together We Make Football” a NFL avança sensivelmente nesse mercado de alto potencial: a “outra” metade da população americana.

A relação homem-futebol americano é predominante, porém a NFL é uma liga que vê além. Essa história de investir pesado no público feminino começou em 2010, a última vez, por exemplo, que a NFL apareceu na Marie Claire (um anúncio de míseras duas páginas). Era um experimento das grandes coisas que estavam por vir, planejadas por mulheres que ocupavam o alto escalão (diretoria) da liga. Tudo girava em torno de fazer mais para vestimentas direcionadas às moças e não apenas diminuir peças masculinas e pintá-las de rosa.

O progresso é nítido. Basta olhar os anúncios da atual campanha (veja após o final do texto). São trajes para as mulheres usarem no cotidiano, seja no trabalho, academia, escola, dentro de casa... É cuidar do gênero que aprecia um esporte clássico: fazer compras.

E onde as mulheres veem “ás últimas da moda”? Revistas de moda feminina, duh!

Por isso que não é apenas na Marie Claire que a NFL aparece neste mês. Vogue (com direito a um evento-festa exclusivo), Cosmopolitan e Us Weekly também são alvos da campanha, mas em menor escala.

Daí pensar que em 2009, no São Paulo Fashion Week, o brasileiro Alexandre Herchcovitch conceitou o futebol americano em seu desfile, ineditismo indicador do que estaria por vir - como o grandes ligas registrou no especial "Tá na moda!" (com fotos).

Confira os looks (se liga no swing – rs) da campanha, porém observe estes números:

- Mais de 50% das americanas dizem assistir jogos da temporada regular da NFL (Sports Business Daily)

- A porcentagem de mulheres que assistiram o Super Bowl em 2012 foi de 46% (em 2002 foi 14%)

- Cerca de 310 mil mulheres compareceram, média por semana, nos estádios da NFL em 2012






(GL)
Escrito por João da Paz

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